Dezenas de professores da rede estadual fazem um ato na região central da cidade, na tarde desta sexta-feira, 27. O grupo protesta contra a reorganização proposta pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB), que pretende fechar 93 escolas. A categoria decidiu votar, em assembleia na semana que vem, se vai entrar em greve.
O grupo saiu do vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, em direção à Praça da República, onde fica a Secretaria da Educação do Estado. Foram levados dois bonecos infláveis: um de Alckmin e outro do secretário da Educação, Herman Voorwald.
Para a professora aposentada Maria Rosa Hipólito, de 71 anos, a mobilização dos estudantes em 2015 é inédita. “Nós, professores, sempre lutamos sozinhos”, diz. “Agora a sociedade resolveu cobrar também.”
Roque Machado, professor de Geografia, também aprova o movimento dos alunos. Ele, de 53 anos, afirma que as ocupações aumentaram o envolvimento da comunidade escolar com os colégios. “Tirou professores, pais e alunos da zona de conforto”, avalia Machado, que dá aulas em São Mateus, na zona leste da capital.
Ivani Mauro, professora de Artes, acredita que medidas do governo, como o corte de bônus para os servidores das escolas ocupadas, são tentativas de enfraquecer o movimento. “Para alguns, como eu, isso não funciona. Mas muitos colegas ficam com medo”, conta ela, que dá aulas na Penha, também na região leste de São Paulo.
A Polícia Militar não informou a estimativa de participantes. Agentes da PM acompanham o ato. A passeata chegou a bloquear um dos lados da Paulista e ocupava, por volta das 17h20, a Rua da Consolação, no sentido centro.
“Não vamos deixar acontecer essa bagunça”, afirmou Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp, maior sindicato docente da rede estadual. Também participam representantes de movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), e de entidades estudantis, como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).
Até agora, 184 escolas estaduais foram ocupadas por manifestantes contrários à reorganização. “Não temos só que assistir, mas também participar desse movimento”, acrescentou Maria Izabel.