O Programa Saúde na Escola (PSE), envolvendo as secretarias da Saúde e Educação, reuniu 200 gestores da administração direta e indireta com o objetivo de abordar as necessidades atuais de Guarulhos para abordar a baixa cobertura vacinal infantil como um problema de saúde pública.
De acordo com a coordenadora do PSE pela Secretaria da Saúde, Keila Costa, esse problema de redução da imunização da população aumenta os riscos de reintrodução de doenças erradicadas no Brasil e ela reafirma que a premissa Assistência e Vigilância em Saúde são indissociáveis.
Cidade de grande porte e de muitos contrastes, Guarulhos abriga diversos grupos populacionais, vivendo em contextos sociais, econômicos e culturais bem diferentes, com níveis significativos de desigualdades sociais. Por consequência, os determinantes sociais da saúde, heterogêneos, devem ser considerados no planejamento das ações na área da Saúde e da Educação, na perspectiva da intersetorialidade e da garantia da equidade e cidadania.
Para contextualizar o cenário epidemiológico de Guarulhos, participaram do encontro as técnicas do Departamento de Vigilância em Saúde. A primeira apresentação foi sobre o papel do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs Guarulhos) que compõe a Rede Nacional de Alerta e Resposta às Emergências em Saúde Pública, ministrada por Magda Carvalho, cirurgiã-dentista, especialista em Saúde Pública, Gestão em Saúde e Saúde da Família.
Sistemas
O Cievs Guarulhos foi oficializado em dezembro de 2020 (portaria municipal 247/2020), sendo o ponto de comunicação do município para as situações de emergência em saúde pública. Está situado na sede da Secretaria da Saúde, no Departamento de Vigilância em Saúde.
O processo de trabalho é pautado na vigilância de rumores diariamente com acesso às mídias eletrônicas, Google notícias, Promed e EIOS (Plataformas de notícias e rumores). As informações mais relevantes são utilizadas na elaboração do clipping semanal e subsidiam a verificação e monitoramento de potenciais emergências em saúde pública, bem como a construção dos comunicados de risco.
Uma ferramenta potente elaborada pelo Cievs está nos boletins, informes, comunicados de riscos construídos a partir do monitoramento e análise dos indicadores das doenças, agravos e eventos de notificação.
A importância da cobertura vacinal foi abordada por Priscila Ramos, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Região Centro, enfermeira pós-graduada em Saúde da Família, Pronto Socorro e Terapia Intensiva. Ela destacou a cobertura vacinal do País, onde se evidencia que a queda é geral e que, desde 2018, os números vêm chamando a atenção para que medidas na gestão pública sejam tomadas. “Na apresentação da história das vacinas, os gestores puderam acompanhar que, após as decisões sanitárias, incluindo amplas campanhas de vacinação, as epidemias foram controladas. No município de Guarulhos, até setembro de 2022, a média da nossa cobertura era de 44,29%, número que esperamos elevar”, disse Priscila, que ressalta a importância do papel das Vigilâncias Regionais que além de monitorarem os sistemas, são responsáveis pela logística das vacinas e por elaborar estratégias junto as unidades básicas de saúde no enfrentamento do agravos e alcance das metas de vacinação municipal.
Logo após a apresentação, os participantes dialogaram com as palestrantes sobre estratégias de intervenção no território e as dificuldades encontradas na sensibilização dos responsáveis pelas crianças e adolescentes, estudantes da rede municipal de educação, bem como com a fragmentação de informações e pouca articulação com algumas unidades de saúde.
Para a coordenadora Vanessa Andrade, do PSE pela Secretaria da Educação, “o Programa Saúde na Escola cada dia mais tem um papel fundamental para os nossos educandos e, consequentemente, para toda comunidade escolar”, afirmou.
