Na esteira dos dados mais recentes de atividade, os economistas do mercado financeiro cortaram novamente suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, a expectativa para a economia este ano passou de retração de 5,89% para queda de 6,25%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 3,76%.
Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,50%. Quatro semanas atrás, estava em 3,20%.
Na última sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB recuou 1,4% no primeiro trimestre de 2020, ante o quarto trimestre de 2019. Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, a queda foi de 0,1%.
No Focus agora divulgado, a projeção para a produção industrial de 2020 foi de baixa de 3,68% para queda de 3,59%. Há um mês, estava em baixa de 2,75%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 2,50%, ante 3,00% de quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 64,05% para 64,28%. Há um mês, estava em 62,10%. Para 2021, a expectativa seguiu em 65,20%, ante 64,98% de um mês atrás.
<b>Déficit primário</b>
O Relatório de Mercado Focus trouxe manutenção na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano seguiu em 8,00%. No caso de 2021, permaneceu em 2,06%. Há um mês, os porcentuais estavam em 7,20% e 1,90%, respectivamente.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 seguiu em 12,00%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, seguiu em 6,00%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 11,30% e 5,70%, nesta ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Os avanços nas projeções refletem a expectativa de que, com o aumento das despesas do governo durante a pandemia do novo coronavírus, o País terá um cenário fiscal ainda mais difícil.
<b>Balança comercial</b>
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a balança comercial em 2020 na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, em superávit comercial de US$ 45,50 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 42,00 bilhões. Para 2021, a estimativa de superávit seguiu em US$ 45,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 42,00 bilhões.
No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2020 permaneceu em déficit de US$ 28,10 bilhões, ante US$ 38,00 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de rombo seguiu em US$ 38,40 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 44,00 bilhões.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 foi de US$ 65,00 bilhões para US$ 64,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 70,00 bilhões. Para 2021, a expectativa passou de US$ 76,00 bilhões para US$ 75,00 bilhões, ante US$ 80,00 bilhões de um mês antes.