A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, 3, indicou que a projeção para o IPCA de 2020 no cenário básico está em 3,1%. Este cenário pressupõe a taxa de juros variando conforme a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 5,60 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Já a projeção para 2021 está em 3,1% e o cálculo para 2022 está em 3,3%.
As estimativas já constaram no comunicado da semana passada, quando o Copom manteve a Selic (a taxa básica de juros) em 2,00% ao ano. Foi a segunda vez, após nove reuniões consecutivas, em que o BC não reduziu os juros. Para o cálculo das projeções, o BC utilizou taxa de câmbio partindo de R$ 5,60, que é a média da taxa de câmbio observada nos cinco dias úteis encerrados no dia 23 de outubro.
No comunicado da semana passada, o BC publicou, pela primeira vez, projeções com base no câmbio PPC. Em setembro, durante a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o BC já havia anunciado que pretendia dar preferência ao câmbio PPC em suas projeções, e não mais ao câmbio fixo ou baseado no Focus.
"A hipótese de trajetória de taxa de câmbio constante tem como qualidades a simplicidade e a consonância com evidências que apontam para as dificuldades em se prever a taxa de câmbio", explicou o BC na ocasião. "Entretanto, essa hipótese não considera os potenciais efeitos do diferencial entre as inflações doméstica e externa sobre o câmbio. Na literatura econômica, a relação entre câmbio e diferencial de inflação é usualmente considerada por meio da teoria da paridade do poder de compra (PPC). Na sua versão em diferenças, a variação da taxa de câmbio deve ser dada pela diferença entre as inflações doméstica e externa."
De acordo com o BC, como a inflação no Brasil é superior à externa, a adoção da hipótese de câmbio conforme a PPC "evitaria a utilização de trajetória de apreciação real do câmbio, apreciação essa que eventualmente levaria a uma subestimação das projeções de inflação".
<b>Ata anterior</b>
Na ata da reunião anterior, de 15 e 16 de setembro, o BC ainda publicava projeções com base no cenário híbrido (juro Focus e câmbio constante). Naquela ocasião, as projeções de inflação eram de 2,1% para 2020, 2,9% para 2021 e 3,3% para 2022.
Também na ata anterior, as projeções do cenário de referência (juro fixo e câmbio constante) eram de 2,1% em 2020, 3,0% em 2021 e 3,8% em 2022.
<b>Juro fixo e câmbio PPC</b>
A ata também indicou que a projeção para o IPCA de 2020 no cenário que utiliza juro fixo e câmbio variando conforme a PPC está em 3,1%. Este cenário pressupõe Selic a 2,00% ao ano e câmbio partindo de R$ 5,60.
Já a projeção para 2021 está em 3,2% e o cálculo para 2022 está em 3,8%. As estimativas já constaram no comunicado da semana passada. Para o cálculo das projeções, o BC utilizou taxa de câmbio partindo de R$ 5,60, que é a média da taxa de câmbio observada nos cinco dias úteis encerrados no dia 23 de outubro.