Apesar da frase otimista do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, a respeito da condução das expectativas, o mercado financeiro “devolveu” a trégua dada para a inflação de 2017. Segundo a abertura do Relatório de Mercado Focus divulgado nesta terça-feira, 8, a mediana das estimativas dos analistas do setor privado para o IPCA de daqui a dois anos subiu de 4,60% na semana passada para 4,70% agora, uma alta de 0,10 ponto porcentual de uma só vez.
Com esse movimento, a mediana das projeções volta para o mesmo nível de 31 de julho. Curioso é que, às vésperas do fechamento semanal da pesquisa Focus, a mediana das estimativas chegou a flertar com a tendência de baixa, atingindo 4,55% na quarta-feira e na quinta, mas no dia seguinte subiu. Para 2018 e 2019, seguem as estimativas de inflação em 4,50%.
Top 5
Enquanto a abertura do Relatório de Mercado Focus mostrou elevação das expectativas para a inflação de 2017, o grupo das instituições financeiras que mais acertam as projeções no médio prazo, chamado de Top 5, reduziu o seu parâmetro para o período.
Pela primeira vez nos últimos dois anos – prazo máximo em que se consegue fazer pesquisa no site do Banco Central – os analistas dessas instituições preveem que o IPCA de daqui a dois anos ficará abaixo do centro da meta de 4,50% para o período.
De acordo com a abertura do documento, esta semana, a mediana das estimativas passou de 4,50% para 4,48%. Para 2018 e 2019, não houve alteração das previsões, com a mediana seguindo em 4,50% nos dois casos.
IGPs
As projeções do mercado financeiro para os IGPs subiram em praticamente todos os períodos consultados pelo Banco Central por meio do Relatório de Mercado Focus. Para o IGP-DI de 2015, a mediana das estimativas passou de 7,69% para 7,75% – um mês atrás estava em 7,66%. Para 2016, a previsão central da pesquisa Focus para o mesmo indicador permaneceu estável em 5,50% pela 57a semana seguida.
No caso do IGP-M de 2015, a taxa mediana subiu de 7,61% para 7,63%, voltando a se aproximar da expectativa apresentada um mês atrás, de 7,69%. Para 2016, o ponto central da pesquisa subiu de forma expressiva, de 5,54% para 5,64% – quatro edições anteriores estava em 5,50%.
IPC-Fipe
Sobre o IPC-Fipe, que mede a inflação para as famílias de São Paulo, a estimativa para 2015 foi elevada de 9,23% para 9,33% de uma semana para outra. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de 9,17%. Para 2016, no entanto, a expectativa caiu de 5,30% para 4,75% de uma semana para outra. Um mês antes, estava em 5,30%.
