As projeções do relatório Focus desta semana deixam claro que, pelo menos em 2016, a recessão econômica seguirá profunda. Pelo documento, houve leve melhora nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano, mas ainda assim o cenário é de forte retração: a mediana projetada passou de -3,27% para -3,24%. Há um mês, o mercado previa uma retração de 3,35%.
Para 2017, o cenário é um pouco melhor, com perspectiva de PIB positivo. Ainda assim, o mercado prevê para o País, conforme o relatório Focus, um crescimento de apenas 1,10% no próximo ano, mesmo porcentual projetado há uma semana. Um mês antes, estava em 1,00%.
Em junho, o Banco Central (BC) informou no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) que sua nova estimativa para o PIB deste ano é de retração de 3,3%, ante baixa de 3,5% vista na edição anterior do documento.
As estimativas para a produção industrial mostraram tendências diferentes na pesquisa Focus para este e o próximo ano. Para 2016, a queda prevista seguiu em 5,95%. Já para 2017, a projeção permaneceu em alta de 0,75%.
Dívida
Pioraram as projeções para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para este ano. A mediana saiu de 44,45% para 44,55% de uma semana para a outra. Um mês atrás, estava em 43,90%. Para 2017, as expectativas no boletim Focus permaneceram em 49,00%, ante projeção apontada um mês atrás de 48,31%.
Balança comercial
Apesar do patamar mais baixo do dólar, que se distanciou nos últimos meses dos R$ 4,00, as projeções mais recentes do mercado financeiro para a balança comercial seguiram indicando resultados robustos para a balança comercial. Pelo Relatório de Mercado Focus a estimativa de superávit comercial em 2016 seguiu em US$ 51,10 bilhões. Um mês atrás, estava em US$ 51,05 bilhões. Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2016 ficará em US$ 50 bilhões.
Para 2017, as estimativas no Focus permaneceram em US$ 50,00 bilhões de uma semana para outra – mesmo valor calculado um mês antes.
No caso da conta corrente, as previsões para 2016 continuam com um déficit de US$ 15,00 bilhões, pela sexta edição consecutiva. O montante de US$ 15 bilhões de déficit é também a previsão do BC. Na semana passada, a instituição informou que no primeiro semestre o País acumulou um déficit na conta corrente de US$ 8,444 bilhões.
Para 2017, a perspectiva do mercado financeiro de déficit voltou a mudar, passando de US$ 14,91 bilhões para um rombo de US$ 14,45 bilhões de uma semana para outra. Quatro semanas atrás, a perspectiva era de déficit menor, de US$ 12,60 bilhões.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será bem mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário nos dois anos. A mediana das previsões para o IDP em 2016 passou de US$ 63,50 bilhões para US$ 65,00 bilhões de uma semana para a outra – estava em US$ 64,00 bilhões um mês antes. No primeiro semestre do ano, conforme os dados divulgados na semana passada pelo BC, o IDP somou US$ 33,816 bilhões. Nas revisões promovidas pelo BC, a perspectiva é de ingresso de US$ 70 bilhões de IDP no País em 2016, sendo que a estimativa anterior era de US$ 60 bilhões.
Para 2017, a perspectiva de volume de entradas de investimento direto permaneceu em US$ 65 bilhões.