A expectativa é de que a inflação, depois de acelerar e chegar a 1,73% em abril, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), seja mais moderada no fechamento do mês, sobretudo pelo fim da cobrança extra da bandeira tarifária de escassez hídrica nas contas de luz. Ainda assim, o banco JPMorgan aumentou sua projeção para o IPCA de 2022, de 7,6% para 8,0%, enquanto o banco Credit Suisse, de 7,8% para 8,3%.
"Apesar do número elevado, há agora a perspectiva mais clara de que podemos estar de fato chegando ao pico da inflação, uma vez que para maio não devemos ter altas de combustíveis (uma vez que já está sendo plenamente absorvida agora)", avaliou o economista-chefe da corretora de valores Necton Investimentos, André Perfeito, em nota. "Não quero com isso apontar que a inflação irá melhorar, mas em termos relativos pode ser menos pior em 12 meses."
Embora o IPCA-15 de abril tenha sido um pouco abaixo da estimativa mediana de 1,82% de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, a taxa acumulada em 12 meses disparou de 10,79% em março para 12,03% em abril, afastando-se ainda mais da meta de 3,50% perseguida pelo Banco Central em 2022.
André Perfeito mantém sua projeção de mais duas elevações na taxa básica de juros, a Selic, para 13,25% ao ano, diante de uma previsão de 8,06% para o IPCA em 2022. O economista Alexandre Lohmann, da Constância Investimentos, também manteve suas estimativas de 8,0% para o IPCA de 2022 e de 13,25% para a Selic, mas vê riscos para a inflação de 2023, atualmente prevista por ele em 4,50%, sobretudo pelos impactos do clima decorrentes do fenômeno La Niña.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>