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Projeções transformam Minhocão em museu a céu aberto até segunda-feira

Vai ficar em São Paulo no feriadão? Que tal dar uma pulo no Minhocão? Mas não só para uma corrida ou caminhada, para ver arte! Até esta segunda, 14, o Elevado Presidente João Goulart se transforma, toda noite, a partir das 19h, em um museu a céu aberto com a segunda edição do Arts SP, promovido pelo Instituto Dançar. As intervenções visam fortalecer a arte urbana e democratizar o acesso à cultura unindo tecnologia à criação de novas linguagens artísticas.

Com a curadoria cuidadosa do VJ Spetto, especialista em Large Scale Projections, 10 artistas e grafiteiros constroem, a cada dia, obras que serão projetadas no local, com intervenções artísticas via vídeo mappings – projeções de imagens feitas sob medida para superfícies irregulares.

Spetto, que está repetindo o trabalho de curadoria, que já fez na primeira edição, conta que o projeto tem três pilares. "O primeiro a democratização da arte, o segundo é a humanização da cidade e o terceiro é criar memórias afetivas com os lugares onde estão sendo projetadas essas imagens", conta o artista visual em entrevista ao Estadão. "Com isso, você já consegue ter uma transformação social, que pode ser de pequena ou grande escala, a depender de como a gente toque o público", continua.

O conceito do projeto tomando as ruas e estruturas de concreto de uma cidade que, por muitas vezes, é hostil a pessoas sem carro, é uma forma de tirar o peso das construções, colocando a leveza da arte, mesmo que dura, em destaque. "Quando trabalhamos numa cidade como SP, com muito concreto, que muitas vezes é inumana, quando você pode oferecer isso na cidade de alguma forma, você quebra um paradigma", conta Spetto.

<b>Diversidade</b>

"A curadoria deste ano destaca artistas vindos de áreas e realidades distintas, mas que se encontram no desenho", comenta Spetto. O curador destaca que, além de ser uma forma de questionar a aspereza da cidade, as obras expostas diariamente também são uma forma de homenagear esta metrópole quetambém sabe acolher aqueles que aqui vivem. "Apesar de todos estarem criticando, de alguma forma, a dureza da cidade, também estão a homenageando, todos tem um carinho por São Paulo, mesmo quem não é daqui", complementa.

Com temáticas que vão desde vulnerabilidade, ancestralidade a sexualidade, por exemplo, as exposições são assinadas pelos artistas: Crica Monteiro, Elvira Freitas Lira, Ícone K., Leticia RMS, Lilico, Luna Bastos, Mari Mats, Moluco, Paulo von Poser e Pri Barbosa.

Para criar as obras que são projetadas a cada noite, os artistas passam por um processo de criação que envolve a discotecagem dos DJs do projeto, Michel Nath (DJ Alquimix) e Paula Chalup, que fazem mixagens exclusivas a cada dia, inspirando os criadores.

O processo criativo é todo filmado e posteriormente adaptado para o formato de vídeo, no formato da empena onde acontecem as projeções. Além das noites de projeções, as transmissões ficarão gravadas e disponíveis no site oficial do projeto, www.artssp.com.br a partir do dia 1.º de dezembro.

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