O Relatório de Mercado Focus divulgado hoje mostrou nova deterioração no cenário de crescimento econômico do Brasil. A redução na previsão mediana para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 foi de 4,51% para 4,50% – a 12ª semana de recuo na estimativa. Há quatro semanas, estava em 4,71%. Para 2022, a projeção de expansão do PIB recuou pela segunda semana seguida, de 0,42% para 0,36%. Há um mês, estava em 0,51%.
Considerando apenas as 21 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2021 passou de 4,50% para 4,46%. Para 2022, foram feitas 20 atualizações nos últimos cinco dias, com a estimativa passando de 0,47% para 0,28%.
Para 2023, a projeção de crescimento continuou em 1,80%, de 1,95% há um mês. Da mesma forma, para 2024, a estimativa seguiu em 2,00%, ante 2,10% de quatro semanas atrás.
O Banco Central deixou de publicar, no documento do Focus, as projeções para a produção industrial, devido à pouca quantidade de respostas para esse indicador.
<b>Déficit primário</b>
O Relatório de Mercado Focus mostrou hoje que a projeção para o indicador que mede a relação entre o déficit primário e o PIB para 2021 passou de 0,60% para 0,13%. No caso de 2022, a estimativa variou de 1,10% para 1,05%. Há um mês, os porcentuais estavam em 0,60% e 1,20%, respectivamente.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2021 continuou em 5,60%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2022, seguiu em 7,40%. Há quatro semanas, essas relações estavam em 5,75% e 6,80%, nesta ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Quanto à relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2021, a mediana caiu de 58,90% para 58,75%. Há um mês, estava em 59,50%. Para 2022, a expectativa foi mantida em 63,00%, ante 63,20% de um mês atrás.
<b>Déficit em c/c</b>
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos em 2021, em US$ 20,00 bilhões, na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central. Há um mês, a mediana era negativa em US$ 14,50 bilhões. Para 2022, o rombo projetado passou de US$ 21,25 bilhões para US$ 21,59 bilhões, de US$ 19,00 bilhões de um mês atrás.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2021 continuou em US$ 52,00 bilhões, ante US$ 50,00 bilhões de um mês antes. Para 2022, a expectativa passou de US$ 58,00 bilhões para US$ 58,05 bilhões, ante US$ 56,80 bilhões de um mês antes.
No caso da balança comercial em 2021, a projeção de superávit comercial permaneceu em US$ 59,15 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 60,30 bilhões. Para 2022, a estimativa de superávit seguiu em US$ 55,00 bilhões, de US$ 63,00 bilhões de um mês atrás.