O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 29, mostrou nova melhora no cenário de crescimento econômico para este ano. A mediana para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 subiu de 1,20% para 1,26%, contra 1,00% há um mês. Considerando apenas as 30 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 saltou de 1,24% para 1,57%.
Já para 2024, o Relatório Focus mostrou manutenção da estimativa de crescimento do PIB de 1,30%, contra 1,41% de um mês atrás. Considerando apenas as 25 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 subiu de 1,24% para 1,30%.
Em relação a 2025, a mediana se manteve em 1,70% ante 1,80% quatro semanas antes. O boletim ainda trouxe a estimativa para 2026, que continuou em 1,80%, repetindo o porcentual esperado há um mês.
Na semana passada, o Ministério da Fazenda aumentou sua projeção oficial para o PIB deste ano, de 1,61% para 1,91%. No Banco Central, a estimativa atual é de 1,2%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.
<b>Relação dívida/PIB</b>
Após a aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara, a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto em 2024 caiu levemente, de 64,70% para 64,50%. Há quatro semanas, a expectativa era mais baixa, de 64,00% do PIB.
Já o déficit primário esperado para o ano que vem continuou em 0,70% do PIB, distante da meta prevista pelo governo de resultado neutro (0% do PIB). O déficit nominal projetado na Focus também permaneceu em 7,00% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 0,80% e 7,00% do PIB, nessa ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
O arcabouço fiscal foi aprovado na Câmara com uma margem muito ampla, de 372 votos a favor. Eram necessários 257. Além disso, houve endurecimento em alguns pontos frente ao projeto original, como a inclusão de punições caso a meta fiscal não seja cumprida e o retorno da obrigatoriedade do contingenciamento se houver sinalizações de que a meta está em risco.
Por outro lado, o governo conseguiu incluir uma espécie de "exceção" para 2024, uma vez que, em maio do ano que vem, há chance de aumentar a margem para despesas ante a regra geral que determina que crescimento deve ser de até 70% do aumento, em termos reais, das receitas em 12 meses até junho do ano anterior.
Para 2023, a projeção para dívida líquida continuou em 61,00% do PIB no Boletim Focus desta semana, de 60,55% há um mês. Já a projeção para o déficit primário piorou de 1,00% para 1,10% do PIB, após o governo alterar a expectativa deficitária para este ano de R$ 107,6 bilhões para R$ 136,2 bilhões, ou 1,3% do PIB.
Quatro semanas antes, a expectativa era de 1,00% no Boletim Focus. Para o déficit nominal este ano, a mediana também mudou, de 7,80% para 7,85% do PIB, contra 7,80% há um mês.
<b>Déficit em c/c</b>
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023 no Boletim Focus desta semana. A projeção deficitária continuou em US$ 47,06 bilhões ante US$ 48,00 bilhões de um mês atrás. Para o próximo ano, a estimativa de déficit passou de US$ 53,05 bilhões para US$ 52,40 bilhões, de US$ 52,75 bilhões há quatro semanas.
Para o superávit da balança comercial em 2023, a projeção continuou em US$ 60,00 bilhões, mesmo valor esperado há um mês. Para 2024, a mediana superavitária variou de US$ 54,60 bilhões para US$ 55,00 bilhões, de US$ 54,60 bilhões há quatro semanas.
Os analistas consultados semanalmente pelo BC avaliam que o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano. A mediana das previsões para o IDP em 2023 permaneceu em US$ 80,00 bilhões pela 22ª semana consecutiva. Para 2024, a estimativa foi mantida em US$ 80,00 bilhões pela 17ª vez.