Estadão

Projeção do Boletim Focus de alta do PIB de 2023 salta de 2,64% para 2,89%

Na esteira de surpresas positivas com a atividade econômica, o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 18, apontou nova melhora na projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A mediana para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 saltou de 2,64% para 2,89%, contra 2,29% há um mês. Considerando apenas as 86 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 passou de 2,96% para 2,90%.

Para 2024, o Relatório Focus também mostrou estimativa mais favorável de crescimento do PIB, de 1,47% para 1,50%, ante 1,33% de um mês atrás. Já considerando apenas as 82 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 cedeu de 1,60% para 1,46%.

Em relação a 2025, a mediana baixou de 2,00% para 1,95%, ante 1,90% de quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2026, que se manteve em 2,00%, o mesmo patamar de um mês atrás.

Após o PIB do segundo trimestre (0,9%), o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou ao <b>Broadcast</b> que a previsão oficial para 2023 deve ficar entre 3,0% e 3,5%. No Banco Central, a estimativa atual é de 2,0%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.

<b>Relação dívida/PIB</b>

O Boletim Focus mostrou um cenário de alteração nas projeções para as contas públicas este ano na edição publicada nesta segunda-feira, 18. A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 subiu de 60,40% para 60,50%, ante 60,40% de um mês atrás.

Para o déficit primário em relação ao PIB este ano, a mediana seguiu em 1,00%, mesmo porcentual esperado há um mês. O Ministério da Fazenda sustenta que deve entregar um resultado deficitário de 1,0% do PIB em 2023, ou menor. Já a estimativa para o déficit nominal este ano continuou em 7,40% do PIB, repetindo a projeção de quatro semanas antes.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

<b>2024</b>

Para o próximo ano, a estimativa para a dívida líquida variou de 63,90% para 63,80%. Há quatro semanas, a expectativa era de 63,90% do PIB. Já o déficit primário esperado para 2024 aumentou levemente de 0,71% para 0,73% do PIB. O déficit nominal projetado na Focus passou de 6,80% para 6,57% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 0,75% e 6,75%, nessa ordem.

No fim de agosto, o governo apresentou o projeto de lei orçamentária de 2024 ao Congresso. A peça prevê superávit de R$ 2,8 bilhões em 2024 (0% do PIB), mas depende da arrecadação de R$ 168 bilhões em medidas extras, entregues ao Parlamento junto com o Orçamento. Devido à elevada necessidade de receita adicional, há certo ceticismo no mercado sobre o resultado proposto pelo governo ser factível.

<b>Déficit em conta corrente</b>

Os economistas do mercado financeiro aumentaram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023 no Boletim Focus desta semana.

A projeção deficitária variou de US$ 42,80 bilhões para US$ 43,40 bilhões, ante US$ 43,00 bilhões de um mês atrás. Para o próximo ano, a estimativa de déficit se manteve em US$ 50,00 bilhões, o mesmo valor esperado há quatro semanas.

Em relação ao superávit da balança comercial em 2023, a projeção avançou de US$ 70,10 bilhões para US$ 70,40 bilhões, contra US$ 71,70 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana superavitária continuou em US$ 60,00 bilhões pela nona semana seguida.

Os analistas consultados semanalmente pelo BC avaliam que o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano.

A mediana das previsões para o IDP em 2023 permaneceu em US$ 80 bilhões, repetindo a mediana de um mês atrás. Para 2024, a estimativa foi mantida em US$ 80,00 bilhões pela 33ª vez.

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