O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 11, pelo Banco Central revisou para cima a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A mediana para a alta da atividade em 2023 passou de 2,84% para 2,92%, contra 2,89% há um mês. Considerando apenas as 77 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 saltou de 2,81% para 2,94%.
Para 2024, o Relatório Focus trouxe leve melhora na estimativa de crescimento do PIB, que oscilou de 1,50% para 1,51% na semana, ante 1,50% de um mês atrás. Considerando as 76 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 passou de 1,50% para 1,52%.
Em relação a 2025, a mediana subiu de 1,90% para 2,00%, ante 1,93% de quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2026, que se manteve em 2,00%, mesmo nível de um mês atrás.
O Ministério da Fazenda revisou em novembro sua projeção para o crescimento do PIB deste ano de 3,2% para 3,0%. Já no Banco Central, a estimativa atual é de 2,9%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro.
<b>Relação dívida/PIB</b>
O Boletim Focus trouxe estabilidade na projeção para o endividamento público, mas piora na previsão de rombo primário neste ano. A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2023 seguiu em 61,00%, ante 60,70% de um mês atrás.
Para o déficit primário em relação ao PIB neste ano, a mediana passou de 1,10% para 1,20%, contra 1,10% de um mês antes. O Ministério da Fazenda buscava entregar um resultado deficitário de 1,0% do PIB em 2023, mas o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, admitiu em novembro que o déficit primário "provável" deste ano deve ficar em torno de 1,32% do PIB, acima da linha. Segundo ele, pela metodologia do Banco Central, abaixo da linha, o déficit deve ficar entre 1,6% e 1,7% do PIB.
Já a estimativa do Focus para o déficit nominal este ano também piorou, de 7,60% para 7,80% do PIB, ante 7,52% de um mês atrás. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
<b>2024</b>
Para o próximo ano, a estimativa para a dívida líquida passou de 63,95% para 64,10% do PIB, ante 63,65% de quatro semanas antes. Já o déficit primário esperado para 2024 passou de 0,80% para 0,76% do PIB. O déficit nominal projetado na Focus se manteve em 6,80% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 0,80% e 6,80%, respectivamente.
No fim de agosto, o governo apresentou o projeto de lei orçamentária de 2024 ao Congresso. A peça prevê superávit de R$ 2,8 bilhões em 2024 (0% do PIB), mas depende da arrecadação de R$ 168,5 bilhões em medidas extras, entregues ao Parlamento junto com o Orçamento. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou que o governo "dificilmente chegará à meta zero", até porque o chefe do Executivo "não quer fazer cortes em investimentos e obras".