Estadão

Projeção do Focus de alta do PIB de 2023 passa de 2,14% para 2,18%

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 26, mostrou leve alta na projeção de crescimento econômico para este ano, ainda na esteira do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre (1,9%).

A mediana do PIB em 2023 subiu de 2,14% para 2,18%, contra 1,26% há um mês. Considerando apenas as 113 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 se manteve em 2,19%.

Para 2024, o Relatório Focus mostrou viés de alta da estimativa de crescimento do PIB, de 1,20% para 1,22%, contra 1,30% de um mês atrás. Considerando apenas as 106 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 cedeu de 1,19% para 1,17%.

Em relação a 2025, a mediana passou de 1,80% para 1,83% ante 1,70% quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa para 2026, que caiu de 1,99% para 1,92%, contra 1,80% há um mês.

No fim de maio, o Ministério da Fazenda aumentou sua projeção oficial para o PIB deste ano, de 1,61% para 1,91%. Na semana passada, o secretário de Política Econômica (SPE) da Fazenda, Guilherme Mello, disse ao <b>Estadão/Broadcast</b> que o resultado pode ficar mais perto de 2,5%. No Banco Central, a estimativa atual é de 1,2%, que poderá ser atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) deste mês.

<b>Déficit primário</b>

O Boletim Focus mostrou cenário marginalmente estável para as contas públicas este ano na edição publicada nesta segunda. A projeção para o déficit primário em relação ao Produto Interno Bruto em 2023 se manteve em 1,01%. O governo persegue um déficit de 1% do PIB.

Quatro semanas antes, a expectativa era de déficit de 1,10%. No fim de maio, o governo alterou a expectativa deficitária para este ano de R$ 107,6 bilhões para R$ 136,2 bilhões, ou 1,3% do PIB. Para o déficit nominal em 2023, a mediana também mudou, de 7,77% para 7,74% do PIB, contra 7,85% há um mês.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Já a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2023, por sua vez, caiu de 60,60% para 60,47%, contra 61,00% há um mês.

Para 2024, a estimativa para a dívida líquida caiu de 64,20% para 63,90%. Há quatro semanas, a expectativa era de 64,50% do PIB. Já o déficit primário esperado para 2024 se manteve em 0,80% do PIB, ainda fora da meta prevista pelo governo de resultado neutro (0% do PIB), ante resultado negativo de 0,70% há um mês. O déficit nominal projetado na Focus permaneceu em 7,00% do PIB, mesma projeção de quatro semanas atrás.

<b>Déficit em c/c</b>

Os economistas do mercado financeiro alteraram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023 no Boletim Focus desta semana. A projeção deficitária passou de US$ 45,29 bilhões para US$ 43,90 bilhões ante US$ 47,06 bilhões de um mês atrás.

Para o próximo ano, a estimativa de déficit variou de US$ 51,02 bilhões para US$ 51,01 bilhões, de US$ 52,40 bilhões há quatro semanas.

Em relação ao superávit da balança comercial em 2023, a projeção avançou de US$ 61,15 bilhões para US$ 62,00 bilhões, contra US$ 60,00 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana superavitária caiu de US$ 57,80 bilhões para US$ 55,61 bilhões, de US$ 55,00 bilhões há quatro semanas.

Os analistas consultados semanalmente pelo BC avaliam que o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano.

A mediana das previsões para o IDP em 2023 cedeu de US$ 79,00 bilhões para US$ 78,80 bilhões. Para 2024, a estimativa foi mantida em US$ 80,00 bilhões pela 21ª vez.

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