O Boletim Focus divulgado hoje trouxe melhora na projeção de crescimento econômico para este ano. A mediana para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 passou de 2,19% para 2,24%, contra 2,14% há um mês. Considerando apenas as 33 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 passou de 2,18% para 2,24%.
Para 2024, o Relatório Focus também mostrou melhora na estimativa de crescimento do PIB, de 1,28% para 1,30%, ante 1,20% de um mês atrás. Considerando apenas as 31 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 permaneceu em 1,20%.
Em relação a 2025, a mediana variou de 1,80% para 1,88%, ante 1,80% de quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2026, que avançou de 1,88% para 1,90%, contra 1,99% de um mês atrás.
No fim de maio, o Ministério da Fazenda aumentou sua projeção oficial para o PIB deste ano, de 1,61% para 1,91%. Mas o secretário de Política Econômica (SPE) da Fazenda, Guilherme Mello, disse ao <i>Broadcast</i>(sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que o resultado pode ficar mais perto de 2,5%. No Banco Central, a estimativa atual é de 2,0%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.
<b>Dívida/PIB</b>
O Boletim Focus mostrou um cenário de alteração nas projeções para as contas públicas este ano na edição publicada hoje. A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 passou de 60,60% para 60,52%, ante 60,60% de um mês atrás.
Para o déficit primário em relação ao PIB este ano, a mediana seguiu em 1,00%, contra 1,01% um mês antes. O Ministério da Fazenda sustenta que deve entregar um resultado deficitário de 1,0% do PIB em 2023, ou menor. Já a estimativa para o déficit nominal este ano recuou de 7,70% para 7,64% do PIB, de 7,77% há um mês.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
<b>2024</b>
Para o próximo ano, a estimativa para a dívida líquida ficou estável, em 64,00%. Há quatro semanas, a expectativa era maior, de 64,20% do PIB. Já o déficit primário esperado para 2024 se manteve em 0,80%, longe da meta prevista pelo governo de resultado neutro (0% do PIB). O déficit nominal projetado na Focus permaneceu em 7,00% do PIB. Há um mês, os porcentuais já estavam nesse patamar.
<b>Déficit em conta corrente</b>
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023 no Boletim Focus desta semana.
A projeção deficitária seguiu em US$ 43,07 bilhões, ante US$ 45,29 bilhões de um mês atrás. Para o próximo ano, a estimativa de déficit continuou em US$ 50,40 bilhões, ante US$ 51,02 bilhões há quatro semanas.
Em relação ao superávit da balança comercial em 2023, a projeção avançou de US$ 64,00 bilhões para US$ 65,00 bilhões, contra US$ 61,15 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana superavitária subiu de US$ 57,85 bilhões para US$ 60,00 bilhões, de US$ 57,80 bilhões quatro semanas antes.
Os analistas consultados semanalmente pelo BC avaliam que o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano.
A mediana das previsões para o IDP em 2023 passou de US$ 79,50 bilhões para US$ 80,00 bilhões, de US$ 79,00 bilhões há um mês. Para 2024, a estimativa foi mantida em US$ 80,00 bilhões pela 24ª vez.