Estadão

Projeção do Focus de alta do PIB de 2023 passa de 2,89% para 2,85%

Após a divulgação na semana passada do recuo de 0,06% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de setembro, o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 20. pelo Banco Central trouxe redução na projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A mediana para a alta da atividade em 2023 passou de 2,89% para 2,85%, contra 2,90% há um mês. Considerando apenas as 70 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 passou de 2,89% para 2,84%.

Para 2024, o Relatório Focus trouxe estabilidade na estimativa de crescimento do PIB, que continuou em 1,50% na semana, mesmo patamar de um mês atrás. Considerando as 69 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 passou de 1,53% para 1,50%.

Em relação a 2025, a mediana seguiu em 1,93%, ante 1,90% de quatro semanas antes. O boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2026, que se manteve em 2,00%, mesmo nível de um mês atrás.

O governo espera que o crescimento do PIB este ano alcance 3,2%. Já no Banco Central, a estimativa atual é de 2,9%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro.

<b>Relação dívida/PIB</b>

O Boletim Focus trouxe aumento na projeção para o endividamento público neste ano na edição publicada nesta segunda. A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2023 passou de 60,70% para 60,83%, ante 60,60% de um mês atrás.

Para o déficit primário em relação ao PIB neste ano, a mediana continuou em 1,10%, mesmo nível de um mês antes. O Ministério da Fazenda buscava entregar um resultado deficitário de 1,0% do PIB em 2023, mas o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, admitiu no fim de outubro que o resultado deve ser um pouco pior.

Já a estimativa do Focus para o déficit nominal este ano subiu de 7,52% para 7,60% do PIB, ante 7,50% de um mês atrás. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

<b>2024</b>

Para o próximo ano, a estimativa para a dívida líquida passou de 63,65% para 63,88% do PIB, ante 63,90% de quatro semanas antes. Já o déficit primário esperado para 2024 continuou em 0,80% do PIB. O déficit nominal projetado na Focus oscilou de 6,80% para 6,81% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 0,75% e 6,80%, respectivamente.

No fim de agosto, o governo apresentou o projeto de lei orçamentária de 2024 ao Congresso. A peça prevê superávit de R$ 2,8 bilhões em 2024 (0% do PIB), mas depende da arrecadação de R$ 168,5 bilhões em medidas extras, entregues ao Parlamento junto com o Orçamento. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou que o governo "dificilmente chegará à meta zero", até porque o chefe do Executivo "não quer fazer cortes em investimentos e obras". Desde então, aumentou o debate sobre uma possível alteração na meta fiscal do próximo ano.

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