O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 12, continuou a apontar melhora no cenário de crescimento econômico para este ano, ainda repercutindo a força surpreendente demonstrada no dado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre (1,9%).
A mediana para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 subiu de 1,68% para 1,84%, contra 1,02% há um mês. Considerando apenas as 57 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 passou de 2,06% para 2,11%
Já para 2024, o Relatório Focus mostrou redução marginal da estimativa de crescimento do PIB de 1,28% para 1,27%, contra 1,38% de um mês atrás. Considerando apenas as 52 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 cedeu de 1,22% para 1,20%.
Em relação a 2025, a mediana subiu de 1,70% para 1,80% ante 1,70% quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa para 2026, que, por sua vez, subiu de 1,90% para 1,95%, contra 1,80% há um mês.
No fim de maio, o Ministério da Fazenda aumentou sua projeção oficial para o PIB deste ano, de 1,61% para 1,91%. No Banco Central, a estimativa atual é de 1,2%, que poderá ser atualizada no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) deste mês.
<b>Relação dívida/PIB</b>
O Boletim Focus mostrou cenário marginalmente mais favorável para as contas públicas este ano na edição publicada nesta segunda. A projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2023 cedeu levemente, de 60,70% para 60,60%, contra 60,70% há um mês.
Já a projeção para o déficit primário cedeu de 1,10% para 1,05% do PIB. Quatro semanas antes, a expectativa era de 1,00%. No fim de maio, o governo alterou a expectativa deficitária para este ano de R$ 107,6 bilhões para R$ 136,2 bilhões, ou 1,3% do PIB. Para o déficit nominal em 2023, a mediana também mudou, de 7,93% para 7,85% do PIB, contra 7,80% há um mês.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
<b>2024</b>
A estimativa para a dívida líquida no ano que vem também caiu levemente, de 64,45% para 64,40%. Há quatro semanas, a expectativa era mais baixa, de 64,20% do PIB. Já o déficit primário esperado para 2024 continuou em 0,70% do PIB, distante da meta prevista pelo governo de resultado neutro (0% do PIB). O déficit nominal projetado na Focus também permaneceu em 7,00% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 0,80% e 7,00% do PIB, nessa ordem.
<b>Déficit em c/c</b>
Os economistas do mercado financeiro alteraram marginalmente a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023 no Boletim Focus desta semana. A projeção deficitária passou de US$ 47,53 bilhões para US$ 47,50 bilhões ante US$ 47,30 bilhões de um mês atrás. Para o próximo ano, a estimativa de déficit continuou em US$ 53,00 bilhões, de US$ 52,50 bilhões há quatro semanas.
Em relação ao superávit da balança comercial em 2023, a projeção avançou de US$ 58,75 bilhões para US$ 59,20 bilhões, contra US$ 60,00 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana superavitária continuou em US$ 55,30 bilhões, de US$ 54,80 bilhões há quatro semanas.
Os analistas consultados semanalmente pelo BC avaliam que o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano. A mediana das previsões para o IDP em 2023 permaneceu em US$ 80,00 bilhões pela 24ª semana consecutiva. Para 2024, a estimativa foi mantida em US$ 80,00 bilhões pela 19ª vez.