Após a alta de 0,24% no IPCA de outubro, a expectativa para a inflação deste ano caiu no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 13. A projeção para 2023 passou de 4,63% para 4,59%. Um mês antes, a mediana era de 4,75%. Para 2024, foco principal da política monetária, a projeção oscilou de 3,91% para 3,92%. Há um mês, era de 3,88%.
Considerando as 61 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 passou de 4,61% para 4,60%. Para 2024, por sua vez, a projeção de alta passou de 3,93% para 3,90%, considerando 60 atualizações no período.
Para 2025, que também tem peso nas decisões do Copom, a projeção continuou em 3,50% pela 16ª semana consecutiva – o que evidencia a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2026, a estimativa seguiu em 3,50% pela 19ª semana seguida.
As estimativas do Boletim Focus continuam acima do centro das metas para a inflação. Para 2023, a mediana está abaixo do teto da meta (4,75%), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo e também superam o alvo central de 3,0%.
No Comitê de Política Monetária (Copom) do começo do mês, o BC divulgou projeção de 3,6% para o IPCA de 2024, acima dos 3,5% da reunião anterior. Para 2025, subiu de 3,1% para 3,2% no modelo. Para 2023, a projeção foi atualizada de 5,0% para 4,7%. O colegiado reduziu a Selic pela terceira vez consecutiva em 0,50 pp, para 12,25% ao ano.
<b>Projeção suavizada</b>
Os economistas do mercado financeiro mantiveram no Boletim Focus desta semana a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses em 3,94%, de 4,00% há um mês.
No fim de junho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.
No dia 20 de outubro, Haddad confirmou que não há previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. "Até aqui, não (há previsão de publicar o decreto). Consultas estão sendo feitas pela Secretaria de Política Econômica da Fazenda. Mas nós temos tempo, e provavelmente até o final do ano nós vamos ter notícias", disse o ministro, em São Paulo.
O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, já disse ao <b>Estadão/Broadcast</b> que a SPE já terminou a pesquisa sobre as experiências internacionais, mas que ainda não houve apresentação para o restante da equipe econômica nem para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável por editar o decreto.
Na avaliação do diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, uma maior autonomia requer maior prestação de contas, mas que a autoridade monetária não antecipa nenhuma mudança na política monetária em função da introdução da meta contínua.
<b>Curto prazo</b>
Após a alta de 0,24% no IPCA de outubro, os economistas mantiveram a expectativa de inflação de curto prazo no Boletim Focus. A mediana para novembro seguiu em 0,30%. Há um mês, a expectativa era de 0,32%.
Para o IPCA de dezembro, a estimativa seguiu em 0,50%, de 0,52% um mês antes. Já para janeiro de 2024, a previsão para o indicador permaneceu em 0,42%, mesmo nível de quatro semanas atrás.