Estadão

Projeção do Focus para alta do PIB de 2022 cede de 1,20% para 1,00%

O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira mostrou nova deterioração no cenário de crescimento econômico do Brasil. A redução na previsão mediana para Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 desta vez foi marginal, de 4,94% para 4,93%. Há quatro semanas, estava em 5,04%. Para 2022, a projeção de expansão do PIB recuou de 1,20% para 1,00%. Quatro semanas atrás, estava em 1,54%.

Considerando apenas as 48 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2021 passou de 4,90% para 4,92%. Para 2022, também foram feitas 48 atualizações nos últimos cinco dias, com a estimativa caindo de 1,00% para 0,99%.

Para 2023, a projeção de crescimento continuou em 2,00%, de 2,20% há um mês. Já para 2024, a estimativa passou de 2,20% para 2,05%, ante 2,46% de quatro semanas atrás.

O Banco Central deixou de publicar, no documento do Focus, as projeções para a produção industrial, devido à pouca quantidade de respostas para esse indicador.

<b>Déficit primário</b>

O Relatório de Mercado Focus mostrou também que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2021 caiu de 60,30% para 60,15%. Há um mês, estava em 60,90%. Para 2022, a expectativa passou de 63,00% para 62,90%, ante 62,80% de um mês atrás.

O relatório trouxe ainda alteração na relação entre o déficit primário e o PIB deste ano, de 1,20% para 1,00%. No caso de 2022, a estimativa passou de 1,20% para 1,15%. Há um mês, os porcentuais estavam em 1,40% e 1,00%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2021 permaneceu em 5,90%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2022, variou de 6,50% para 6,55%. Há quatro semanas, essas relações estavam em 5,70% e 6,35%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Os economistas do mercado financeiro pioraram a projeção de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos em 2021, de US$ 9,39 bilhões para US$ 10,0 bilhões, na pesquisa Focus. Há um mês, a mediana era negativa em US$ 3,0 bilhões. Para 2022, o rombo projetado continuou em US$ 19,0 bilhões, de US$ 19,50 bilhões de um mês atrás.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2021 seguiu em US$ 50,00 bilhões, ante US$ 51,00 bilhões de um mês antes. Para 2022, a expectativa continuou em US$ 60,00 bilhões, ante US$ 60,50 bilhões de um mês antes.

No caso da balança comercial em 2021, a projeção subiu de superávit comercial de US$ 70,10 bilhões para US$ 70,25 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 70,00 bilhões. Para 2022, a estimativa de superávit foi mantida em US$ 63,00 bilhões, mesmo patamar de um mês atrás.

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