A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada na manhã desta terça-feira, 14,, indicou que a projeção para o IPCA de 2024, no horizonte do BC para o cumprimento da meta de inflação, está em 3,8% no cenário de referência. A estimativa, que já havia sido informada no comunicado da semana passada, elevou a projeção das três reuniões anteriores (dezembro, janeiro e março), que era de 3,5%, e segue acima do centro da meta de 3,0%.
Para 2025, que já tem maior peso nas decisões de política monetária, a projeção é de 3,3% – um pouco acima do alvo central de 3,0% para o ano -, também uma elevação em relação à estimativa divulgada nos encontros de dezembro, janeiro e março.
Todas as projeções já constavam no comunicado da semana passada, quando o Copom continuou o ciclo de corte da Selic (a taxa básica de juros) com uma diminuição no ritmo de corte, que foi de 0,25 ponto porcentual, de 10,75% para 10,50% ao ano.
Em relação aos preços administrados, a ata repetiu as projeções já informadas no comunicado: 4,8% para 2024 e 4,0% para 2025. Em março, as projeções eram de 4,4% e 3,9%, respectivamente.
O cenário de referência pressupõe a taxa de juros variando de acordo com a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 5,15 (arredondado no documento, conforme explicação do Copom) e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Além disso, a premissa é de que o barril de petróleo segue aproximadamente a curva futura de mercado pelos próximos seis meses e sobe a 2% ao ano na sequência. O BC ainda considera a hipótese de bandeira tarifária "verde" na conta de luz para o fim de 2024 e de 2025.
<b>Próxima reunião</b>
No comunicado e na ata, o Copom não indicou qual será o ritmo de corte de juros na próxima reunião. Até o Copom de janeiro, o BC sinalizava que pretendia seguir a mesma estratégia por dois encontros seguidos e alterou o guidance em março, quando indicou que seguiria com os cortes por mais um encontro – a reunião de maio. Porém, o colegiado, em decisão dividida, abandonou a sinalização e optou por um corte menor.
Segundo a autoridade monetária, "todos os membros concordaram que a adoção de uma política monetária mais contracionista, mais cautelosa e sem indicações futuras sobre os próximos movimentos mostrava-se mais apropriada diante do cenário global incerto e do cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas", diz a ata.
O documento ainda ressalta que o entendimento é pela manutenção da política monetária contracionista e a taxa de juros terminal deverá consolidar não apenas o processo de desinflação mas também a ancoragem das expectativas de inflação em torno das metas. "Por fim, todos corroboraram o entendimento de que a extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa de juros serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta", diz a ata, em linha com o tom o comunicado.