A mediana apurada no Relatório Focus para o IPCA, o índice de inflação oficial do Brasil, continua a apontar para o segundo ano consecutivo de rompimento da meta a ser perseguida pelo Banco Central (BC). Após 20 altas consecutivas, a projeção para 2022 seguiu em 5,02%, contra 5,00% do teto da meta do ano que vem. Há um mês, a previsão era de 4,79%. Para 2021, por sua vez, após o IPCA de novembro aquém do esperado (0,95%), a mediana cedeu de 10,18% para 10,05% – após 35 semanas de altas. Mas ainda supera em quase 5 pontos porcentuais a banda superior do objetivo inflacionário deste ano (5,25%). A estimativa era de 9,77% há quatro semanas.
Considerando as 56 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para o IPCA de 2021 passou de 10,19% para 10,03%. Para 2022, também foram feitas 56 atualizações nos últimos cinco dias, mas a estimativa continuou em 5,01%.
Após um discurso duro do Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro, de compromisso não só com a desinflação, mas também com a ancoragem da inflação em horizontes mais longos, a mediana para o IPCA de 2023 também desacelerou, de 3,50% para 3,46%. Da mesma forma, para 2024, passou de 3,10% para 3,09%. Ambas as expectativas, porém, seguem acima do centro da meta para os dois anos, de 3,25% e 3,00%, respectivamente, com banda de 1,50 ponto porcentual. Há um mês, a mediana para 2023 era de 3,32% e, para 2024, de 3,09%.
No comunicado do Copom deste mês, o BC também atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 10,2% em 2021, 4,7% em 2022 e 3,2% em 2023. O colegiado elevou a Selic em 1,5 ponto porcentual, para 9,25% ao ano.