A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada nesta quarta-feira, 3, indicou que a projeção para o IPCA de 2021 no cenário básico está em 9,5%. Este cenário pressupõe a taxa de juros variando conforme a pesquisa Focus, na edição anterior à reunião da semana passada (8,75% no fim de 2021, chegando a 9,75% no fim do ciclo e terminando 2022 em 9,50%, com o fim de 2023 em 7%) e o câmbio partindo de R$ 5,60 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Para 2022, a projeção está em 4,1% e, para 2023, em 3,1%.
Essas estimativas já constaram no comunicado da semana passada, quando o Copom aumentou a Selic (a taxa básica de juros) em 1,50 ponto porcentual, para 7,75% ao ano. Foi a sexta elevação consecutiva, mas o comitê acelerou novamente o ritmo de alta (de 1 p.p. em setembro), com a inflação acima de 10% e a manobra do governo para alterar a regra do teto de gastos, comprometendo a âncora fiscal. No comunicado, o BC também indicou a intenção de novo aumento de mesma magnitude (1,5 p.p.) da taxa Selic no encontro de dezembro.
Para o cálculo das projeções, o BC utilizou taxa de câmbio partindo de R$ 5,60, que é a média da taxa de câmbio observada nos cinco dias úteis encerrados no dia 22 de outubro.
Em setembro do ano passado, durante a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o BC havia anunciado que pretendia dar preferência ao câmbio PPC em suas projeções, e não mais ao câmbio fixo ou baseado no Focus.
Na ata da reunião anterior, de 21 e 22 de setembro, as projeções de inflação no cenário básico (juros Focus e câmbio PPC) eram de 8,5% para 2021, 3,7% para 2022 e 3,2% para 2023.
O Banco Central projeta uma elevação de 17,1% nos preços administrados em 2021, considerando seu cenário básico. No caso de 2022, a projeção é de 5,2% e, para 2023, o porcentual estimado é de 5,1%.
O BC adota ainda a hipótese de bandeiras tarifárias "escassez hídrica" em dezembro de 2021 e "vermelha patamar 2" em dezembro de 2022 e dezembro de 2023. Essas estimativas também já constaram no comunicado da semana passada.
Na ata do encontro anterior do Copom, ocorrido em setembro, as projeções para os preços administrados indicavam alta de 13,7% em 2021, 4,2% em 2022 e 4,8% em 2023.