Benny Gantz, o principal parceiro de coalizão do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, manifestou na segunda-feira, 29, sua oposição ao avanço de um plano para anexar partes da Cisjordânia ocupada, onde os palestinos querem estabelecer um Estado. O plano começaria a ser implantado amanhã.
A discordância veio no mesmo dia em que a Organização das Nações Unidas (ONU) disse considerar que a proposta é irregular. "A anexação é ilegal. Ponto final", afirmou a alta-comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, em uma declaração por escrito. Bachelet escreveu ainda que Israel "não deve seguir por essa via perigosa".
No entanto, Netanyahu, segundo seu porta-voz, disse aos parlamentares de seu partido, o Likud, que os passos da anexação a serem debatidos por seu gabinete amanhã não dependem do apoio de Gantz.
Foi a primeira discordância pública entre os líderes da coalizão formada pelo Azul e Branco, partido de Gantz, e o Likud que deu fim a uma crise de 500 dias e três eleições que não apontaram ganhadores, praticamente paralisando o governo durante esse período.
Para os Estados Unidos, a proposta, só pode sair do papel se houver um consenso dentro do governo israelense – os palestinos já disseram que não concordam com nenhum termo da anexação do plano americano.
Para Gantz, a data de 1º de julho "não é sagrada". Ele disse para membros do seu partido que "o que não tem relação com o coronavírus vai esperar até o dia depois do vírus". O líder do Azul e Branco estimou que a crise de saúde pode durar mais 18 meses, tempo que Netanyahu considera muito elástico.
O plano de Donald Trump para a região pretende estender a soberania israelense aos assentamentos judeus e ao Vale do Jordão, com Israel passando a controlas 30% da Cisjordânia. Pelo plano, o Estado palestino seria todo segmentado. (Com agências internacionais)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>