Representantes de empresas e de trabalhadores divergiram “em tudo” na reunião de ontem sobre reforma da Previdência, no Palácio do Planalto. Depois de um mês e meio de criação e cinco reuniões, o grupo de trabalho para discutir a reforma, com governo, empregadores e sindicalistas, decidiu nesta terça-feira, 28, que um novo grupo será formado para debater a questão.
Com isso, a meta de entregar uma proposta até o fim de julho, agora, segundo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, passou para “até o fim do ano”.
Diante do impasse, e também de números e diagnósticos divergentes, foi adotada a solução clássica: a criação de um grupo de trabalho tripartite para, finalmente, começar a alinhar uma proposta. “Quando a gente não quer decidir com rapidez se monta um grande colégio. Quando a gente quer mais rapidez, um grupo menor. Fomos para o grupo menor”, explicou o ministro Padilha, que coordena os trabalhos.
Isso criou, em alguns participantes da reunião, a impressão de que a proposta, que tende a conter pontos polêmicos como a fixação de idade mínima, só ficará pronta após as eleições de outubro – como, aliás, têm recomendado interlocutores da área política ao presidente em exercício Michel Temer. O governo nega que o plano seja esse.
Para a reunião não passar em branco, o Planalto fez um gesto de boa vontade em direção às centrais sindicais e acatou duas das propostas que elas apresentaram para aumentar as receitas do sistema previdenciário: a venda de imóveis do INSS, estimados em R$ 1,5 bilhão, e um aperto nas regras de classificação de entidades filantrópicas, cujas isenções tributárias somaram R$ 10,7 bilhões em 2015.
Padilha ainda anunciou uma bondade: a primeira parcela do 13º dos aposentados será paga a partir de 25 de agosto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.