Um problema grave nas relações de trabalho, mas que extrapola o próprio campo trabalhista, é a rotatividade da mão de obra. No Brasil, a cada ano, cerca de 1/3 dos trabalhadores mudam de emprego, por serem demitidos ou por pedido de demissão.
Na base metalúrgica de Guarulhos e região, onde o Sindicato é atuante, a rotatividade também é alta. Dados da subsecção do Dieese mostram que, em 2010, entre pedidos de dispensa e trabalhadores demitidos, a taxa total, anual, foi de 29,3%. Só de demitidos, o índice registrado foi de 26,8%.
Essa prática, nesse patamar, é ruim para o trabalhador, que perde emprego e renda; é ruim para a empresa, que fica sem o empregado experiente; e é também ruim para o País, que perde em termos de produtividade e competitividade.
O movimento sindical tem atuado para reduzir, a níveis toleráveis, a taxa de rotatividade. E as Centrais Sindicais, unitariamente, têm procurado estabelecer garantias em prol do emprego.
Nova – A mais recente iniciativa, conjunta, do movimento sindical é a que visa destinar os 10% adicionais da multa do Fundo de Garantia (que subiu de 40% para 50%) para um fundo de proteção ao emprego.
Funcionaria assim, em épocas de crise: empresas comprovadamente em situação econômica difícil receberiam recursos vindos desse fundo, mediante a garantia de manter os postos de trabalho.
Essa proposta foi discutida com o governo federal nesta terça (7), recebendo boa acolhida. Contatos já feitos pelas Centrais com setores do empresariado também detectaram disposição do patronato em debater a proposta. Ou seja, há um clima favorável para essa discussão, que deve ser transformada em projeto de lei para apreciação do Congresso Nacional.
O impacto econômico, e psicológico, de quem perde emprego, especialmente se esse trabalhador for arrimo de família, é brutal. Ou seja, além do problema econômico concreto, o desemprego gera um problema social, com graves desdobramentos psicológicos.
Quis escrever esse artigo num momento em que a imprensa, principalmente, mira muito apenas o chamado “mensalão”. Temos de ter confiança no STF e, cada qual em seu setor, continuar ajudando a construir uma Nação mais próspera e justa. A proposta das Centrais Sindicais tem esse objetivo.
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região