Cerca de 200 torcedores do Corinthians protestaram na reapresentação da equipe no CT Joaquim Grava na tarde desta quarta-feira. Ou seja, os jogadores foram cobrados no primeiro treino de 2017. Os alvos principais dos cânticos e dos gritos de guerra dos torcedores foram não só os jogadores, mas a diretoria atual, simbolizada pelo presidente Roberto de Andrade, além de Andrés Sanchez. E nem os empresários de futebol foram poupados. O protesto, que durou cerca de 30 minutos, foi pacífico, sem danos ao CT. Dezenas de policias militares acompanharam a movimentação dos torcedores.
A ação foi motivada principalmente pela má campanha no último Campeonato Brasileiro – a equipe não conseguiu se classificar para a Copa Libertadores mesmo com o aumento do número de vagas dadas para o País pela Conmebol. Os torcedores criticaram os atletas afirmando “ou joga pelo amor ou joga pelo terror” e pediram raça.
Antes do protesto, o técnico Fabio Carille afirmou que a ação já era esperada. “Nós esperávamos um protesto no final do ano passado, mas não aconteceu. A torcida tem o direito de protestar pacificamente”, afirmou.
Os torcedores também mostraram irritação com a diretoria atual – uma das faixas trazia os dizeres “presidente omisso” – e também gestões anteriores. Uma das frases recorrentes foi “Andrés nunca mais”, em uma referência ao ex-presidente corintiano e hoje deputado federal (PT-SP) que tenta voltar ao cenário político do clube. O protesto também foi dirigido para a gestão do Itaquerão. Uma das faixas cobrava transparência e mencionava os custos de mais de R$ 1,2 bilhão do estádio.
Apesar do tom de indignação, o protesto teve momentos de bom humor. Alguns torcedores afirmaram que a “diretoria vendeu a base do clube a preço de mistura” e outros cantaram o clássico “Se gritar pega ladrão”, do saudoso sambista Bezerra da Silva.
Após o protesto, os torcedores voltaram para três ônibus e iniciaram viagem para Taubaté, onde vão acompanhar o jogo do Corinthians contra o Manthiqueira pela segunda fase da Copa São Paulo de Futebol Júnior.