Manifestantes da Malásia foram às ruas novamente no domingo para pedir a renúncia do primeiro-ministro Najib Razak. Além de criticarem a condução da economia, os protestos são alimentados por um escândalo de corrupção envolvendo o premiê. Ontem, já haviam sido registradas grandes manifestações pacíficas em Kuala Lumpur.
Alguns manifestantes acamparam durante a noite, muitos usando camisetas amarelas do movimento Bersih, uma coalizão pela realização de eleições. As autoridades bloquearam o site do movimento e proibiu o uso das camisetas amarelas e do logotipo, em uma tentativa de conter os protestos, que acontecem também em outras cidades da Malásia.
O ex-premiê Mahathir Mohamad, que tem liderado os pedidos de renúncia de Najib, deu força às manifestações ao comparecer brevemente ao local na noite de sábado com sua mulher. Ele foi aplaudido pela multidão e disse para os manifestantes “continuarem”.
Najib tenta se manter no poder após o vazamento, em julho, de documentos que mostraram que ele recebeu cerca de US$ 700 milhões, pouco antes das eleições de 2013, de entidades ligadas ao fundo de investimento estatal 1Malaysia Development Bhd, conhecido pela sigla 1MDB. Mais tarde, ele afirmou que o valor foi uma doação do Oriente Médio.
No mês passado, Najib demitiu o vice-premiê Muhyiddin Yassin, que cobrou publicamente explicações sobre a situação do fundo. O primeiro-ministro também colocou no governo quatro membros de um comitê parlamentar que investigava a situação, além do procurador-geral, que também estava envolvido nas investigações.
“Aqueles que usam esses trajes amarelos querem desacreditar nosso bom nome, mancham a face da Malásia para os outros países”, disse Najib à agência de notícias estatal Bernama.
A polícia estima que 25 mil pessoas tenham participado dos protestos no sábado, enquanto a Bernama afirma que o número atingiu 200 mil. As manifestações estão programadas para acabar à meia-noite deste domingo (horário local). Fonte: Associated Press.