Os reforços policias no estado americano de Missouri contribuíram para conter os protestos mais recentes em Ferguson, evitando uma segunda noite do caos após a justiça americana decidir não indiciar o policial branco Darren Wilson pela morte do jovem negro Michael
Brown. O episódio provocou discussões sobre a atuação policial com a população negra.
Na terça-feira, manifestantes voltaram para as ruas, mas os danos a propriedades foram menores após o governo local triplicar o número de militares da Guarda Nacional. De acordo com a polícia, os protestos da noite de terça-feira tiveram menos violência. “Eu acho que em geral foi uma noite muito melhor”, afirmou o chefe da polícia de St. Louis, Jon Belmar. “Vimos alguns manifestantes que estavam lá realmente pelo motivo certo”, acrescentou.
Grande parte da Avenida West Florissant, em Ferguson, foi mantida fechada enquanto autoridades trabalhavam para identificar a origem de incêndios. De acordo com Belmar, os entulhos acumulados atrapalhavam o trabalho dos investigadores na cena do crime. “Vai demorar um pouco antes que esses caras possam chegar lá e determinar exatamente o que aconteceu”, afirmou.
O confronto mais grave entre manifestantes e policias em Ferguson aconteceu do lado de fora da prefeitura, onde um grupo que marchou do departamento de polícia quebrou diversas janelas e danificou um carro policial estacionado. Uma pessoa foi presa e um coquetel Molotov foi apreendido, além de duas pistolas e diversas pedras, latas e garrafas que foram atiradas nos oficiais.
Desde a decisão judicial, manifestantes em cidades em todo o país saíram às ruas gritando “mãos para cima, não atire” e chamando atenção para outros assassinatos cometidos pela polícia. Cerca de 58 pessoas foram presas durante a noite de terça-feira para quarta-feira, incluindo 45 em Ferguson. A maioria das detenções foi por se recusarem a dispersar ou por agressão a policiais, além de três por suspeita de usar armas. Treze pessoas foram presas em um protesto na região de St. Louis, incluindo uma por suspeita de agredir um policial.
Alguns membros da família de Brown planejam realizar uma prece no bairro do Harlem, em Nova York, com o reverendo Al Sharpton, mais tarde nesta quarta-feira. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.