Professores de cursinhos consultados pela reportagem consideraram a primeira fase do vestibular da Unicamp com dificuldade entre fácil e média. A prova foi realizada neste domingo, dia 23, e mais de 70 mil inscritos participaram.
Esta edição marcou a estreia de um novo modelo de vestibular: o número de questões passou de 48 para 90, a redação ficou para a segunda fase e os itens apresentavam apenas quatro alternativas, e não mais cinco.
Para o coordenador do Cursinho Etapa, Marcelo Dias Carvalho, as mudanças não alteraram muito o estilo da prova. “Não mudou o tipo de abordagem. Em português, por exemplo, manteve a cobrança de literatura e a ausência de gramática, o que já se praticava”, diz.
A professora Vera Antunes, do Objetivo, chama atenção para a exigência das obras contidas na lista de livros obrigatórios. “Houve uma questão que usava um poema do Drummond e pedia para que o aluno associasse a outras obras da lista. O participante precisava ter conhecimento, mas a prova exigiu de uma forma simples e direta.”
Até o ano anterior, os conteúdos de português e inglês só eram exigidos na segunda fase. “O inglês foi uma novidade nesta primeira fase, mas a prova procurou fazer pontes, que valoriza o aluno. Exigiu-se aquele inglês mais instrumental”, explica Célio Tasinafo, da Oficina do Estudante. Segundo ele, essa primeira fase pode ser considerada de nível médio, mas “vai conseguir selecionar os alunos para a segunda fase.”
Na opinião geral dos professores, a prova também não foi trabalhosa. “O aluno pôde pensar sobre as questões por causa dos textos curtos”, ressalta Tasinafo. O coordenador do Anglo, Luis Arruda, afirma que o fato de ter uma alternativa a menos entre as respostas facilita para os alunos. “É 20% a menos para ler e uma alternativa a menos a eliminar no caso de dúvida”, diz ele.
A segunda fase ocorre entre os dias 11 e 13 de janeiro de 2015. A lista de convocados será divulgada no dia 15 de dezembro.