Esportes

Provas não-olímpicas salvam o dia e garantem únicos ouros do Brasil

O domingo foi o dia do “quase” para o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Três medalhas de ouro escaparam nos detalhes e o reflexo disso é que o País dependeu de provas que não fazem parte do programa olímpico para ter seu hino tocado no lugar mais alto do pódio. As medalhas de ouro vieram no C1 feminino, prova da canoagem slalom, e na apresentação com cinco bolas na ginástica rítmica por conjunto.

Mas a verdade é que esperava-se mais do Brasil neste domingo. Ruy Fonseca falhou no último obstáculo e perdeu a medalha de ouro que parecia certa no hipismo CCE – ficou com o bronze. Pedro Gonçalves foi punido na descida final do K1 e, apesar da contestação brasileira, acabou com a prata. Já Ana Sátila, também da canoagem slalom, deixou escapar o ouro do K1 por 0s02.

As três medalhas de ouro podem fazer falta no quadro geral de medalha ao fim do Pan. Afinal, o Brasil agora tem 28 douradas, contra 23 de Cuba. A Colômbia foi a 24 porque ganhou todas as três medalhas de ouro distribuídas no golfe. Também faturou duas no ciclismo de pista, modalidade na qual não conseguiu comprovar seu domínio continental.

O Brasil ganhou 13 medalhas ao longo do dia. Foram cinco na canoagem slalom (um ouro, três pratas, um bronze), duas na ginástica rítmica (ouro e bronze), duas no hipismo CCE (bronze e prata), duas na marcha atlética (prata e bronze), uma no tae kwon do (bronze) e uma na vela (bronze). Dessas, quatro vieram em disputas que não são olímpicas.

Por outro lado, deixou escapar a medalha em provas que tinha boas chances de ir ao pódio. É o caso da carabina três posições (Bruno Heck foi quinto e fechou o Pan com três finais e nenhuma medalha), do tae kwon do (Venilton Teixeira foi bronze no Mundial), no ciclismo de pista (Flávio Cipriano é um dos melhores do continente no keirin) e principalmente na vela (as cinco classes não olímpicas ganharam cinco medalhas em 2011, sendo três de ouro, e só um bronze em Toronto).

Além disso, o Brasil lamentou derrotas nas semifinais do vôlei de areia e do basquete feminino. No boxe, dois dos sete brasileiros inscritos foram derrotados antes de lutarem por medalha.

Na briga pelo primeiro lugar do quadro geral, os EUA, que haviam assumido a liderança no sábado, dispararam e agora têm cinco de folga sobre o Canadá – 59 a 54. Mas os donos da casa reduziram a desvantagem no total de medalhas – 160 a 142. Só neste domingo, ganharam 20 medalhas no total. Os americanos somaram 15, os brasileiros 13, a Colômbia oito e o México seis. Cuba, só cinco.

Com quatro medalhas em classes não-olímpicas da vela, a Argentina encostou no México na briga pelo sexto lugar. Tem 10 de ouro, contra 13 dos mexicanos. Metade dessas conquistas veio em provas não-olímpicas. Outras duas, no tênis.

SEGUNDA-FEIRA PARADA – Encerrado o Campeonato Mundial no domingo, nesta segunda-feira começam as competições de esgrima no Pan. E o Brasil tem suas maiores chances exatamente no primeiro dia do evento, com Renzo Agresta, no sabre. A mulheres desta arma são azarãs. No tae kwon do, os dois brasileiros que competem não são favoritos à medalha.

A ginástica rítmica tem suas últimas três disputas por aparelhos – competições que não são olímpicas. O basquete feminino luta pelo bronze contra Cuba. E é só. Afinal, só sete medalhas de ouro serão distribuídas ao longo de todo o dia. Só na terça, com o atletismo, é que as coisas começam a esquentar.

CONFIRA AS PRIMEIRAS COLOCAÇÕES DO QUADRO DE MEDALHAS:

1.º Estados Unidos – 59 de ouro, 53 de prata e 48 de bronze (160 total)
2.º Canadá – 54 de ouro, 48 de prata e 40 de bronze (142 total)
3.º Brasil – 30 de ouro, 28 de prata e 41 de bronze (99 total)
4.º Colômbia – 24 de ouro, 8 de prata e 22 de bronze (54 total)
5.º Cuba – 23 de ouro, 18 de prata e 26 de bronze (67 total)
6.º México – 13 de ouro, 20 de prata e 28 de bronze (61 total)
7.º Argentina – 10 de ouro, 20 de prata e 19 de bronze (49 total)

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