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PROVISÓRIO OU DEFINITIVO?

Confira coluna Alta Roda do jornalista especializada em indústria automobilística Fernando Calmon

Janeiro concentrou acontecimentos no universo automobilístico como faz tempo não se via. Há uma coincidência fortuita, claro, mas entre as cinco medidas que começaram a valer, duas já sofreram adiamento e outra enfrentou uma tentativa. Seria trágico, se não desse vontade de rir: esse é o país em que o provisório tende a ser definitivo e o definitivo pode muito bem descambar para o provisório por meios de sucessivas postergações e/ou correções. Vamos repassar.

1) A lei que criou a obrigatoriedade dos freios ABS e bolsas de ar frontais correu risco de ser empurrada para a frente. Primeiro se cogitou de todos os modelos e depois de abrir exceção só para a Kombi. Bom senso prevaleceu graças à reação da opinião pública, apesar de momentos festivos de final de ano. Desta nos livramos. Modelos produzidos até 31 de dezembro de 2013 poderão ser vendidos até o final dos estoques, sem data definida. É improvável que ao final de fevereiro ainda existam unidades à venda. O governo não se mexeu para criar um cronograma adicional que estabeleça testes de colisões laterais, contra poste e simulação de choque traseiro.

2) Simulador de direção nas autoescolas, sem dúvida, é uma boa ideia. Facilita o aprendizado do aluno e aumenta a segurança no trânsito porque aulas práticas não conseguem reproduzir todas as condições de risco no dia a dia. A lei é de junho de 2013 e implantação prevista até 31 de dezembro do ano passado. Resultado mais do que previsível: apenas cinco Estados regulamentaram o sistema. E São Paulo, o maior da Federação, acaba de pedir adiamento por 90 dias. Os argumentos da maioria, todos inválidos, vão desde o “acúmulo” de pedidos nos fornecedores até o aumento de 20% na despesa dos alunos.

3) Pela quarta vez se adiou a instalação obrigatória na linha de montagem de rastreadores veiculares. Novamente o sistema não mostrou confiabilidade. Essa foi uma má ideia porque os problemas nas grandes cidades são diferentes no interior do País e todos os veículos ficam onerados da mesma forma. Tal equipamento deveria, quando muito, ser opcional. Existe, ainda, um programa paralelo de etiqueta digital para fiscalizar pagamento de impostos e multas. Mais barato, abrange toda a frota circulante em pouco tempo, ajudando no combate a furto e roubo.

4) Primeira tentativa séria de regulamentar os desmanches de carros foi feita pelo governo de São Paulo. Trata-se de uma medida bem mais eficaz para desestimular a criminalidade. Prevê cadastramento das empresas, acompanhamento pela internet, novas exigências de rastreamento das peças e proíbe seu repasse para comercialização por terceiros. Componentes de segurança como freios, sistemas eletrônicos (ABS e outros) e módulos ou sensores de airbags não poderão ser vendidos.

5) Multas por videomonitoramento. Está aí uma novidade sem o menor risco de ser adiada. Publicada em 23 de dezembro do ano passado, autoriza o agente de trânsito a multar por meio de telas que recebem imagens de câmeras nas estradas e ruas. Única concessão: placas que avisam sobre vigilância na via. Imagens não podem ser gravadas e a possibilidade de erro de leitura não se deve desprezar.

 

RODA VIVA

 

CONTINUAM especulações sobre o preço da versão de entrada do VW up!, substituto do Gol G4, mas de dimensões externas menores. O carro, um dos principais lançamentos do ano, estará à venda em fevereiro. Agora já se sabe que custará menos de R$ 27.000. Mais ousados preveem a faixa de R$ 25.000. Último preço de tabela do Gol antigo/4-portas: R$ 27.810.

MOVIMENTO para abrigar importadores e marcas que também produzirão no Brasil levou a Abeiva a mudar estatutos e de nome. Passa a se chamar Abeifa, mas o problema de representatividade limitada continuará. Contra o gigantismo da Anfavea só se metade dos sócios atuais mudassem de entidade, o que parece bastante duvidoso.

PRIMEIRO sedã da Mercedes-Benz abaixo do Classe C, o CLA herdou as linhas do CLS, um belo sedã-cupê. Modelo está indo bem em vendas no exterior, vendido em média a 10% menos do que o “C”. Aqui, a série inicial custa R$ 150.500 e terá de enfrentar, além do A3 sedã, o próprio Classe C (com preço de mudança de linha) e outros. Pelo estilo conquistará fãs.

MOTOR turbo de 156 cv do CLA, abaixo dos padrões da marca, não chega a decepcionar. Aerodinâmica excelente (Cx 0,23), comportamento em curvas irrepreensível e acabamento são pontos altos. Tela multimídia (com GPS, sem toque tátil) e faróis bixenônio contrastam com ausência de função digital (automática) do ar-condicionado, do banco elétrico e de sensores traseiros.

GEELY, sétima marca de automóveis chineses no Brasil, começa com o sedã médio-compacto EC7, em março. Preço (completo) na faixa combativa dos R$ 50.000, para tentar incomodar Civic, Corolla, C4, Focus e 408 entre outros. A marca, dona da sueca Volvo, não esconde que pretende se associar ao Grupo Gandini (40% do capital) para construir fábrica no País.

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[email protected] e www.twitter.com/fernandocalmon

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