Opinião

Próxima parada: Frankfurt

No momento em que esta edição está sendo concluída, rodada e distribuída, estarei atravessando o Atlântico rumo à Europa. A convite da General Motors, acompanho na Alemanha mais um lançamento da marca, o novo Cruze, que será objeto de reportagem na próxima semana. Será mais uma, entre muitas viagens para fora do país, que tenho a oportunidade de realizar como jornalista.


Desta vez, aproveitando a ida àquele país, acompanharei os dois dias abertos à imprensa do Salão Internacional do Automóvel de Frankfurt, o IAA 2011, considerado o maior evento da indústria automobilística mundial. Em 1999, fui neste evento pela primeira vez. Na ocasião, apenas com a cara e a coragem de um jovem jornalista, que foi ao Velho Continente não só para conhecer o Salão mas também para produzir um material jornalístico inédito em Guarulhos. Na época, eu tinha o jornal semanal Carro Express.


Sozinho em um país estranho, tomei vários cuidados possíveis a um marinheiro de primeira viagem em tempos de pré-internet. Dicionário português-alemão na mão, dicas de roteiros por algumas cidades da Europa e um frio na barriga sem tamanho. Sabia que era só desembarcar no Aeroporto de Frankfurt e pegar um trem rumo à região central da cidade, onde eu poderia encontrar um hotel barato próximo ao imenso pavilhão de exposições. Simples.


Chegando lá, feitos os procedimentos de desembarque e bagagens à mão, cadê a estação de trem? qual a linha que devo utilizar? qual direção devo seguir? o dicionário que trazia expressões básicas parecia escrito em grego. Deu um branco impressionante. Andei até uma das portas de saída e avistei uma fila de táxis, todos Mercedes-Benz (alguns que eu nunca tinha visto no Brasil). Nas portas, a inscrição que era uma propaganda do grande evento que aconteceria ali: IAA. Não tive dúvidas. Cheguei próximo, apontei para a porta e disse em português para um gentil chofer alemão: “me leva para lá…”


Não teve erro. Em poucos minutos, eu cheguei belo e formoso a bordo de uma Mercedes ao maior evento da minha vida até aquele momento. Em instantes, estava na sala de imprensa, devidamente credenciado e muito mais à vontade. Não demorou para encontrar colegas brasileiros, que me indicaram um hotel para ficar. Daí para frente foram dias memoráveis de uma viagem, que teve continuação em Paris e Berlim, sempre me virando com um inglês meia boca, mas suficiente para eu não passar fome nem frio e – ainda – crescer muito.


 


Ernesto Zanon


Jornalista, diretor de Redação do Grupo Mídia Guarulhos, escreve neste espaço na edição de sábado e domingo


No Twitter: @ZanonJr

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