O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) venceu as eleições realizadas neste domingo, 28, na Espanha, de acordo com os resultados parciais divulgados pelo governo do país.
Com 97,21% dos votos apurados, o partido liderado pelo atual primeiro-ministro, Pedro Sánchez, obtinha 28,7% da preferência do eleitorado, o que seria equivalente a 122 cadeiras das 350 que compõem o Congresso dos Deputados.
A vitória do PSOE, que tinha 84 deputados na legislatura anterior, foi anunciada pela porta-voz do governo da Espanha, Isabel Celaá, em entrevista coletiva. Além do triunfo no Congresso dos Deputados, os socialistas garantiram maioria absoluta no Senado.
O comparecimento de eleitores às urnas foi de 75,8%, uma das mais altas já registradas na democracia da Espanha, onde o voto não é obrigatório. As eleições também ficarão marcadas pelo pior desempenho da história do Partido Popular (PP), o mais tradicional da direita no país, e pela volta da extrema direita ao Parlamento por meio do Vox, legenda que recebeu 10,26% dos votos.
O PP, liderado por Pablo Casado e que tinha 137 parlamentares na última composição do Parlamento, deverá ter apenas 66 na nova. Os 16,68% dos votos obtidos pelo partido o deixam muito perto do Ciudadanos, terceiro colocado, com 15,83% da preferência do eleitorado e o equivalente a 58 cadeiras no Congresso, suficientes para brigar pela liderança da direita.
A coalizão esquerdista Unidas Podemos (UP), por sua vez, obtinha 14,31% dos votos, totalizando 42 deputados, uma queda em relação aos 71 que tinha até então.
Com os votos obtidos nesta eleição, o Vox marcará presença no Parlamento da Espanha com 24 representantes, um número abaixo do esperado pelo partido, que ganhou força na eleição regional realizada no ano passado em regiões antes controladas pelos socialistas, como a Andaluzia.
Os resultados ainda parciais apontam que Sánchez poderá formar maioria para governar se obtiver apoio do Podemos, do Partido Nacionalista Basco (PNV), que deve ficar com seis cadeiras no Congresso, e de outros partidos de esquerda de menor expressão.
O ministro do Interior da Espanha, Fernando Grande-Marlaska, disse em entrevista coletiva que as eleições ocorreram com tranquilidade e sem qualquer incidente.
A questão catalã
Durante a campanha, grande parte do debate político girou em torno do conflito político com o separatismo catalão.
Em junho, Sánchez se apoiou nos partidos catalães para fazer prosperar a moção de censura com a qual expulsou o conservador Mariano Rajoy.
O movimento lhe rendeu acusações por parte do PP e do Ciudadanos de ser um “traidor” e um “perigo público”, e deu asas à extrema direita.
O primeiro-ministro se defendeu, afirmando que foram os separatistas e a direita que derrubaram em fevereiro o seu Orçamento 2019, e forçaram as eleições antecipadas, as terceiras legislativas em apenas três anos e meio.( Com agências internacionais)