Após anunciar apoio à candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) ao governo de São Paulo, o PSOL reagiu às tratativas do PT para lançar o ex-governador Márcio França (PSB) ao Senado e ameaça agora dividir o palanque da esquerda no Estado. O partido, que desde de sua origem lançou candidaturas próprias nos Estados e à Presidência da República, decidiu em 2022 se alinhar ao PT.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria prometido a França que ele seria o candidato único da coligação ao Senado se desistisse de disputar o governo estadual. A cúpula do PSOL reclama que, em nenhum momento, foi chamada para participar das negociações e reivindica um lugar na chapa majoritária. Em reunião de dirigentes nesta terça-feira, 5, o PSOL decidiu, então, que terá candidato ao Senado.
A legislação permite que mais de uma candidatura seja lançada ao Senado de partidos diferentes na mesma coligação, mas isso enfraqueceria a frente de esquerda no Estado.
"Muitos dirigentes do PSOL em São Paulo defendem que o partido apresente uma candidatura ao Senado, já que não temos participado das conversas entre PT e Márcio França. Se não somos parte do acordo, não temos porque apoiar um candidato que sequer esteve ao lado Guilherme Boulos no 2° turno em 2020?, disse ao <b>Estadão</b> o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros.
Em troca da desistência de França à disputado ao governo do Estado, o PSB reivindica indicar o candidato a vice de Haddad e o suplente ao Senado, além de França.