Sob protestos do PSDB, a CPI mista do Metrô foi instalada na tarde desta quarta-feira em reunião presidida pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Após a instalação, no entanto, a situação se inverteu e o PT começou a defender a postergação dos trabalhos. Até a noite de ontem, petistas davam como certa a eleição de Suplicy para presidente do grupo e do deputado Renato Simões (PT-SP) para relator, um cargo considerado chave, uma vez que tem a incumbência de definir o cronograma dos trabalhos da comissão. Nesta quarta, no entanto, o PMDB cobrou mais espaço.
Dado o impasse, Suplicy deixou claro que estava presidindo a reunião de forma provisória, até que o titular do cargo fosse eleito. Dono da maior bancada do Senado, o PMDB indicou para a vaga o senador João Alberto (PMDB-MA), que alegou uma “urgência” para viajar ao seu Estado e não comparecer à reunião.
Após discutir com o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) e com o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que alegaram falta de quórum para considerar inválida a instalação da CPI, Suplicy passou a tentar soluções para eleger ainda nesta quarta presidente, vice e relator. Mas partiu de seu próprio partido uma proposta de adiamento da eleição. “Não acredito que vamos ter uma solução em 15 minutos ou em 1 hora”, disse o senador Wellington Dias (PT-PI).
A eleição do comando da CPI ficou marcada para 2 de setembro, às 14h. Após anunciar essa data, Suplicy passou a ouvir protestos da oposição. “Vossa excelência está encerrando a sessão com voto contrário do PSDB”, disse Flexa Ribeiro, que poucos minutos antes pedia que a reunião nem fosse inaugurada. “O senhor imaginou os jornais do país todo dizendo que o PT quis essa CPI e afrouxou?”, questionou o deputado Fernando Francischini (SDD-PR), que se propôs disputar a presidência do grupo contra João Alberto. A relatoria da comissão também ficou indefinida.