O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, prepara a apresentação de uma nova regra fiscal em substituição ao teto de gastos públicos. De acordo com aliados, Lula ensaia a divulgação desse programa ainda neste segundo turno em aceno ao mercado financeiro, que tem criticado a ausência de propostas concretas sobre uma nova âncora fiscal.
Economistas que trabalham na campanha já apresentaram uma proposta a Lula, mas os detalhes ainda não foram divulgados. No primeiro turno, a campanha se recusou a dizer o que colocaria no lugar do teto de gastos, mas agora aponta o segundo turno como estratégico para a conclusão de um plano de governo, abandonando o foco exclusivo na memória do passado e em ataques ao presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
Como mostrou o <b>Estadão</b>, em linhas gerais Lula deve propor uma regra que garanta uma trava para os gastos públicos em épocas de crescimento, e liberação de recursos em períodos de recessão, com o objetivo de não estrangular os investimentos públicos. Dessa forma, argumentam integrantes da campanha petista, seria possível abandonar o teto atual (que evita qualquer crescimento de despesas acima da inflação) e, ainda assim, sinalizar compromisso com a saúde fiscal das contas públicas. A avaliação é de que as regras do teto aprovadas em 2016 foram rompidas pelo próprio governo Bolsonaro, que teria apenas limitado os gastos mas sem controlar a dívida pública e outros resultados fiscais.
Lula deve se reunir hoje com governadores, deputados e senadores eleitos em São Paulo para desenhar uma estratégia para a corrida eleitoral neste segundo turno. A campanha vai estabelecer tarefas regionais, incorporar propostas do MDB e do PDT no programa de governo e sinalizar que o candidato do PT quer vencer as eleições com propostas mais concretas.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>