Que os soldados de campanha do PT não se ofendam, mas nunca foi tão fácil eleger um prefeito por aqui. É claro que toda a militância vai gritar que suou muito para reeleger Sebastião Almeida na segunda maior cidade do Estado de São Paulo (o que realmente aconteceu), mas a fragilidade política de uma oposição inoperante e sedenta por espaços no poder contrasta com a grandeza deste Município, o que facilita – e muito – as coisas.
Em Guarulhos, já no primeiro turno o chamado ‘pacto da oposição’ não demonstrava firmeza. Durante a pobre campanha, desentendimentos entre os candidatos que pretendiam tirar Almeida do Bom Clima deixavam clara a desunião. Foi sintomático para a campanha petista: sem dizer uma palavra, Almeida avisou que não iria mais a qualquer debate que fosse realizado e deixaria que os concorrentes se desconstruíssem sozinhos.
O segundo turno mostrou que o atual prefeito estava certo. O pacto da oposição nunca existiu de fato, e apenas Jovino Cândido apoiou o candidato tucano, sem se mover um milímetro para justificar tal ajuda. Outros que se diziam oposicionistas e levantaram bandeiras de mudanças no primeiro turno se apressaram em pular para o barco petista, que dava claros sinais de que chegaria a porto seguro, ao contrário da nau tucana.
Junta-se à pequenez oposicionista a falta de mídia eletrônica forte na cidade, e o resultado é uma campanha sem sustos de um partido que vai para o quarto mandato consecutivo em Guarulhos, mesmo possuindo índices consideráveis de rejeição, como apontaram as pesquisas de intenção de voto.
Apesar do alto índice de eleitores que votaram em Carlos Roberto, e de guarulhenses que decidiram ignorar as eleições municipais votando nulo ou em branco, o PT vai continuar ditando as regras nas próximas campanhas se não aparecer um nome de peso para personificar esse sentimento de mudança, e, acima de tudo, se a força da oposição continuar se resumindo à briga por espaços no poder, seja ele de quem for.