Além de governar para o partido, o PT ainda se apropria do que é do povo. O PT passou dos limites ao usar o Teatro Adamastor, construído com dinheiro da população, para promover um evento totalmente partidário, nesta semana, conforme divulgou grande parte da mídia brasileira. Com o consentimento do prefeito Sebastião Almeida, que foi até o local para abraçar o velho companheiro Delúbio Soares, que recebeu homenagens incabíveis da Central Única dos Trabalhadores, o braço sindical da companheirada.
Não é possível aceitar que um espaço público, que o guarulhense paga toda vez que precisa usá-lo tenha sido cedido a uma entidade sindical, para um ato de desagravo a Delúbio Soares.
Para quem não se lembra, o ex-tesoureiro do PT foi expulso da legenda em 2005 pelo envolvimento no mensalão. Ele faz parte da turma flagrada com dólar na cueca. É réu nesse processo e responde pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha. Pelo que dá para notar, o prefeito anda cercado por pessoas sem escrúpulos.
O PT, que tem como uma de suas principais características acreditar que o estado lhe pertence, vira e mexe escorrega e deixa claro à sociedade como se apropria dos bens públicos a seu bel prazer. Não tem cabimento utilizar um centro de educação municipal para promover atividades do partido. Isso é um ultraje. Um grande desrespeito à população e demonstra – mais uma vez – que o PT governa para o PT e não para a sociedade.
Além de toda essa esculhambação com a ordem pública, eles acham que podem manipular a opinião pública, tentando esconder o que está escancarado. Tanto que a organização do evento, numa ação truculenta e digna de quem não sabe lidar com a democracia, tentou proibir a entrada de fotógrafos e jornalistas.
Ao colocar Delúbio Soares em um altar, Almeida se iguala ao que tem de pior na política brasileira. Diz a todos que comunga com a prática do mensalão, que considera normal a prática de desmandos e que o povo não merece respeito. Não é de se estranhar isso tudo partir de um prefeito, que foi responsável por todo o esquema de desvios no caso Água e Vida, a versão guarulhense do dólar na cueca.
Carlos Roberto de Campos
Empresário, deputado federal e presidente do Diretório Municipal do PSDB, escreve às sextas-feiras.
