O PT aprovou, nesta quarta-feira, 13, a sugestão da revogação da reforma trabalhista para o programa a ser apresentado pela federação com o PC do B e com o PV. Houve um consenso em mudar o termo “revisão” para “revogação” entre os integrantes do partido. A informação foi antecipada pela <i>Folha de S. Paulo</i> e confirmada pelo <b>Estadão/Broadcast</b>.
A mudança dá tom mais radical a uma proposta que tem sido alvo de questionamentos de empresários a petistas em reuniões. Foi um dos temas, por exemplo, levantados por executivos em um jantar com a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, em São Paulo na semana passada.
O uso do termo revogação está alinhado com os aliados mais à esquerda, como o PSOL, que tem cobrado do PT o compromisso em não arrefecer o discurso e propor a revogação das reformas trabalhista e previdenciária do governo Michel Temer, além do Teto de Gastos.
Nas negociações com o PT, o PSOL chegou a retirar candidaturas que rivalizassem com a legenda, como foi o caso de Guilherme Boulos, em São Paulo, que deixou a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes e tentará uma vaga na Câmara. Assim, ele não concorreria contra Fernando Haddad, pré-candidato petista ao governo.
No início do ano, Lula e Gleisi Hoffmann mencionaram a possibilidade de revogar estas reformas. Depois, o partido acabou recuando alguns passos no discurso e pregando a revisão de alguns pontos da reforma trabalhista aprovada pelo governo Michel Temer em 2017.
Petistas chegaram a debater a medida com representantes do governo espanhol, do PSOE, que revogaram as reformas feitas pela gestão anterior no País, em 2012.
Em debates na Fundação Perseu Abramo, ligada à legenda, petistas e seus economistas se alinharam ao modelo da reforma feita na Espanha, em que o Executivo discutiu seus termos diretamente com empresários e sindicalistas, e enviou uma proposta ao parlamento.
Na prática, com ou sem o termo “revisão”, os debates partiriam da derrubada da reforma de Temer, o que torna a aprovação da mudança de termo simbólica.
A reunião desta quarta-feira teve a participação de dirigentes do partido e líderes da legenda no Congresso. No mesmo encontro, os petistas aprovaram a chapa presidencial de Lula com Geraldo Alckmin por 68 votos a 16. O grupo contrário ao nome do ex-tucano, liderado pelo ex-presidente do PT Rui Falcão, ficou vencido.