Economia

Público brasileiro em feira de varejo despenca em Nova York

A presença do Brasil na maior feira de varejo do mundo, a NRF Retail Big Show, que começou no domingo, 17, em Nova York, caiu pela metade em 2016 na comparação com o ano passado, enquanto o número total de participantes do evento aumentou. A alta do dólar e a recessão na economia brasileira explicam a redução do número de presentes, de acordo com os participantes.

A organização da feira divulgou os números na segunda-feira, 18, que mostram um total de 34 mil participantes no evento de 2016, acima dos 33 mil de 2015, de 94 países e várias regiões dos EUA. O número de brasileiros caiu de 1,9 mil no ano passado para 1,135 mil agora. Em 2015, o Brasil foi o país com maior número de visitantes na feira, posto perdido agora para o Canadá, com 1,239 mil pessoas.

Para o presidente da consultoria Gouvêa de Souza, Marcos Gouvêa de Souza, o cenário atual no Brasil acaba afetando o ânimo dos varejistas. O setor fechou 2015 encolhendo ao redor de 4% e em 2016 pode ter outro ano de contração, embora em menor ritmo, prevê o executivo. Além disso, os custos para se participar da feira subiram, o que, com o dólar caro no País, contribui para desestimular ainda mais a participação.

Gouvêa de Souza ressalta que a confiança dos consumidores brasileiros permanece em níveis historicamente baixos, em meio à preocupação com o aumento do desemprego e o clima geral do país, com inflação em alta e turbulência política. Com isso, o consumo se retrai e o consultor acha que 2016 pode ter alguma contribuição positiva da Olimpíada e das eleições municiais no segundo trimestre, desde que a coisa em Brasília não piore ainda mais.

O evento em Nova York acaba na quarta-feira, 20. As avaliações feitas sobre o Brasil até agora foram negativas. O economista-chefe da Deloitte, Ira Kalish, só prevê recuperação para economia brasileira em 2017, em meio ao aumento das incertezas políticas e dúvidas sobre a continuidade do ajuste fiscal.

No evento em Nova York participaram 580 empresas de varejo e ligadas ao setor, como companhias de tecnologia, de programas de fidelidade, fabricantes de softwares, como a Microsoft. Um dos temas que têm dominado as conversas é a ampliação do uso de tecnologias para identificar interesses e hábitos de consumo da população. Uma das formas, por exemplo, é instalar câmeras e sensores em manequins em lojas para monitorar a reação das pessoas.

A consultoria Gouvêa de Souza trouxe ao evento uma comitiva de 180 brasileiros ligados ao setor de varejo, que estão fazendo uma série de reuniões e conversas com executivos do setor dos EUA e outros países. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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