O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira, 5, que o avião em que estava o chefe do grupo Wagner, Ievgeni Prigozhin, não foi derrubado e que restos de granada foram encontrados dentro da aeronave.
"Nos corpos dos mortos na catástrofe aérea se encontraram fragmentos de granada de mão. Não houve fatores externos, isso é um fato já confirmado, resultado de análises realizadas pelo Comitê de Investigação da Rússia", disse Putin durante seu discurso no Valdai Debate Club, realizado no resort de Soch.
Embora Putin tenha afirmado que a investigação ainda estava em andamento e não tenha dito de forma explícita o que causou o acidente, sua declaração pareceu sugerir que o avião foi derrubado pela explosão acidental de uma granada.
O líder russo ainda lamentou que os especialistas não tenham realizado exames médicos em busca de álcool e drogas "no sangue dos falecidos". "Embora saibamos que após o incidente, o Serviço Federal de Segurança encontrou não apenas 10 bilhões de rublos em dinheiro, mas também cinco quilos de cocaína na empresa (de Prigozhin) em São Petersburgo", disse ele.
Prigozhin morreu no dia 23 de agosto, na queda de um jato que levava dez pessoas a bordo. A morte do então líder do grupo Wagner levantou suspeitas dois meses depois de ele ter liderado uma rebelião contra o Exército regular russo. Governos ocidentais apontaram o dedo a Putin, que classificou Prigozhin de "traidor" após a rebelião abortada. O Kremlin negou qualquer ato de vingança, denunciando "uma mentira absoluta" e "especulações".
Segundo a imprensa russa, o Comitê de Aviação Interestadual, entidade sediada em Moscou que investiga incidentes e acidentes na Comunidade de Estados Independentes (CEI) pós-soviética, não investigará este evento de acordo com as normas internacionais. O Centro de Pesquisa e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos do Brasil (Cenipa) e a Embraer, fabricante da aeronave acidentada, manifestaram-se dispostos a participar da investigação do acidente. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)