Internacional

Putin: envolvidos não respeitam acordo de paz na Ucrânia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse acreditar que a paz na Ucrânia é possível, mas que nenhum dos lados envolvidos está respeitando totalmente a trégua, negociada em setembro.

Em entrevista concedida à televisão alemã na noite de domingo, Putin disse estar convencido que é possível encerrar o impasse no leste da Ucrânia, onde rebeldes pró-Rússia combatem tropas de Kiev, num conflito que já deixou pelo menos 4 mil mortos desde março.

Mas o líder russo também notou que nem os rebeldes nem as tropas ucranianas se retiraram totalmente de locais chave na região, o que permitiria a criação de uma zona tampão, parte fundamental do acordo de trégua fechado em setembro.

“É verdade que há certas localizações que as formações rebeldes devem abandonar e que não estão sendo abandonadas”, disse ele. Mas Putin acusou os ucranianos por não cumprir sua parte no acordo e dar um exemplo ruim para os rebeldes.

Desde que o presidente ucraniano pró-Rússia Viktor Yanukovich foi retirado do poder em fevereiro, Moscou costuma se referir ao novo governo, de tendências ocidentais, como uma “junta” levada ao poder por um golpe inconstitucional. Putin foi mais diplomático no domingo e declarou acreditar que a Ucrânia “é um grande país europeu, com uma cultura europeia”.

Mas ele também criticou os elementos de extrema direita na Ucrânia e o que Moscou considera como repressão contra falantes do russo na região. “Eu direi isso sem rodeios: estamos muito preocupados com a hipótese de surgir o desejo de uma limpeza étnica. Tememos uma tendência ao neonazismo” na região, disse ele.

Em resposta a uma pergunta sobre se a Rússia está armando os rebeldes, como afirmam Kiev e o Ocidente, Putin disse apenas que “qualquer um que participe de uma luta que acredite ser justa encontrará armas”.

Ele destacou que sem tais armas os rebeldes seriam rapidamente destruídos pelas forças ucranianas, algo que a Rússia “não quer e não vai permitir”.

Embora Putin não tenha reconhecido o papel material da Rússia no conflito, seus comentários enfatizaram a determinação de Moscou em apoiar os separatistas mais do que nunca. Fonte: Associated Press.

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