Estadão

Putin se reúne com líder separatista servo-bósnio que apoiou guerra na Ucrânia

O líder separatista servo-bósnio Milorad Dodik se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou nesta terça-feira, dias depois de endossar a agressão de Moscou contra a Ucrânia, informaram a mídia russa e a sérvia.

Durante uma rara visita a Moscou de um político da Europa, o presidente russo elogiou a "parceria estratégica" de seu país com a Sérvia. A visita ocorreu em meio a repetidos alertas da União Europeia de que a Sérvia deve alinhar suas políticas externas com o bloco, caso realmente queira se tornar membro.

Dodik, membro sérvio da presidência tripartida da Bósnia, tem se encontrado frequentemente com Putin, especialmente antes das eleições, quando ele quer mostrar ao eleitorado servo-bósnio altamente pró-Rússia que tem o apoio de Putin. Dodik encontrou Putin pela última vez em junho, meses após a invasão russa da Ucrânia em fevereiro.

Moscou tem sido frequentemente acusada pelo Ocidente de tentar desestabilizar a Bósnia e o resto dos Bálcãs por meio de seus representantes na Sérvia e na Bósnia. Dodik tem defendido abertamente a separação da metade da Bósnia controlada pelos sérvios de uma federação bosno-croata e a união com a vizinha Sérvia.

Um acordo de paz mediado pelos EUA em 1995 encerrou uma guerra na Bósnia que deixou pelo menos 100.000 pessoas mortas e milhões de desabrigados, além de deixar o país profundamente dividido entre seus três principais grupos étnicos. Moscou tem explorado as divisões apoiando tacitamente as políticas separatistas de Dodik.

Na véspera de sua visita a Moscou, Dodik deu uma entrevista à agência de notícias estatal russa TASS, na qual repetiu suas visões separatistas, mas também acrescentou seu endosso à invasão russa da Ucrânia.

"Por muitos anos o Ocidente não reagiu ao extermínio da população russa na Ucrânia, houve assassinatos e atentados diários em Donbass", afirmou Dodik na entrevista, referindo-se à região separatista pró-Rússia no leste da Ucrânia. "Tudo isso ficou claro e a Rússia foi forçada a retaliar."

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