Estadão

Puxada por passagens aéreas, inflação de serviços acelera a 0,52% no IPCA de abril

A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de uma elevação de 0,25% em março para 0,52% em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

"A alta dos serviços em abril foi influenciada, principalmente, pela alta de quase 12% nas passagens aéreas", frisou André Almeida, analista do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE. "Diversos fatores podem influenciar nos preços das passagens aéreas. Efeitos sazonais são fatores importantes, o câmbio é fator importante, o preço do querosene de aviação é fator importante. A gente teve em 2022 o preço do querosene de aviação tendo variação expressiva. São diversos fatores influenciando no resultado mês a mês", completou.

Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 2,33% em março para 0,86% em abril.

De acordo com o pesquisador do IBGE, não é possível afirmar "categoricamente uma demanda menor", mas as pressões sobre o IPCA de abril partiram de preços monitorados e de uma oferta menor de alguns alimentos.

"Essa influência no índice (IPCA) do mês veio mais dos monitorados, produtos farmacêuticos, plano de saúde, emplacamento e licença", apontou Almeida. "Em abril, houve uma questão de oferta mais reduzida que impactou o preço de alimentos", acrescentou Almeida.

No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 7,63% em março para 7,49% em abril. Já a inflação de monitorados em 12 meses saiu de -2,40% em março para -2,10% em abril.

Segundo André Almeida, a taxa em 12 meses acumulada pelos serviços ainda é influenciada por resultados passados, mais elevados, quando a demanda estava mais aquecida em meio à flexibilização de medidas de isolamento social adotadas contra a pandemia de covid-19.

"Houve maior inflação de serviços nos meses subsequentes à flexibilização de medidas adotadas (isolamento)", disse Almeida. "Quando a gente olha para a cesta de serviços, especificamente, a variação em 12 meses teve um pico em julho de 2022, 8,87%, refletindo a retomada da demanda após a flexibilização das medidas de isolamento social. E, depois disso, a gente percebe uma desaceleração do índice de serviços acumulado em 12 meses."

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