A recuperação judicial da Oi ganhou novos capítulos ontem com a nomeação dos administradores judiciais no processo – a PwC e o escritório de advocacia Arnoldo Wald -, assembleia de acionistas com a presença de Nelson Tanure e reunião do conselho de administração para discutir se irá acatar pedido do empresário para convocar um novo encontro. Nele, Tanure quer debater com os acionistas a destituição e substituição de membros do colegiado ligados a Pharol (antiga Portugal Telecom).
A reunião dos acionistas para confirmar o pedido de recuperação judicial da operadora teve discussões e polêmica. Tanure fez duras críticas aos membros portugueses do conselho e disse ser possível tornar a Oi líder de mercado no prazo de cinco anos, mas não quis detalhar como fazer isso.
A tele entrou com o requerimento na Justiça do Rio no dia 20 de junho, aprovado no fim do mês passado pelo juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio. O presidente da Oi, Marco Schroeder, afirmou após a aprovação do pedido, que a medida traz tranquilidade para clientes e fornecedores.
Tanure defendeu que os conselheiros portugueses “não contribuem para a companhia”. “A Oi foi atacada pelos acionistas (portugueses), não foi má gestão”, afirmou.
O juiz Viana escolheu a PwC e o escritório Arnoldo Wald para administrar a recuperação judicial da Oi. Na escolha, ele considerou a “complexidade da recuperação judicial, que impacta diretamente a sociedade brasileira em geral, forte usuária dos serviços de telecomunicações.”
O colegiado se reuniu na tarde de ontem para avaliar o requerimento de convocação de assembleia apresentado pelo fundo Société Mondiale, da gestora Bridge e ligado a Tanure, que hoje detém quase 7% da participação na Oi. O objetivo do empresário é reduzir o poder de decisão da Pharol, que hoje tem 5 dos 9 assentos no conselho.
Uma fonte disse que o resultado não teria sido favorável a Tanure. Uma das possibilidades é que a discussão seja encaminhada para decisão do juiz, disse outra fonte com conhecimento do assunto. Até o fechamento desta edição, a empresa não tinha informado o resultado do encontro.
O advogado João Mendes, representante da Bridge, alegou que a Oi é a maior acionista da Pharol e a Pharol, da Oi. Por representar participação recíproca, a Pharol exerceria controle sobre a tele. A Pharol negou. “Não existe relação de controle”, afirmou a advogada Maria Cristina Cescon, representante dos portugueses. “Isso é uma manobra, não há participação recíproca”.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.