O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está "clinicamente estável e sem febre" após ser internado no hospital Vila Nova Star, na zona sul de São Paulo, com fortes dores abdominais. De acordo com boletim médico emitido pela unidade de saúde nesta quarta-feira, 8, Bolsonaro permanece recebendo o tratamento endovenoso com antibióticos para erisipela – uma infecção na pele – no membro inferior esquerdo, "com melhora gradativa do quadro infeccioso".
"Evolui clinicamente estável e sem febre. Houve melhora da função intestinal e ele já caminhou no corredor nesta quarta-feira (8/5). Permanece recebendo o tratamento endovenoso com antibióticos para erisipela no membro inferior esquerdo, com melhora gradativa do quadro infeccioso. Está aos cuidados do Dr. Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo, cirurgião, e do Dr. Leandro Echenique, cardiologista", diz o boletim assinado pelo diretor-geral do Vila Nova Star, Daniel Favarão Del Negro, e pelo diretor clínico Paulo Marcelo Gehm Hoff.
O ex-presidente participava de eventos partidários em Manaus, no Amazonas, quando foi internado por duas vezes. Bolsonaro chegou à capital paulista pouco depois das 19h desta segunda, 6, foi transferido de ambulância, escoltada por dois carros, até o hospital na zona sul, e deixou o veículo em uma cadeira de rodas.
Inicialmente, estava previsto que Bolsonaro fosse transferido para Brasília, mas um desconforto na região do abdômen fez com que se alterasse o destino. O médico-cirurgião Antônio Luiz Macedo, que o acompanha desde a facada sofrida na campanha eleitoral de 2018, é o responsável pelo atendimento, com o cardiologista Leandro Echenique.
Os boletins médicos estão sendo distribuídos pelo advogado Fábio Wajngarten, responsável pela logística da viagem entre Manaus e São Paulo, segundo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente. Wajngarten disse ao <b>Estadão</b> que não há previsão de alta.
<b>Problemas desde o final de semana</b>
Bolsonaro foi internado, em Manaus, no sábado, 4, mas deixou o hospital no mesmo dia para cumprir agenda do PL. "Apareceu um caso de erisipela. Não dormi a noite passada toda. Minha esposa e os médicos não queriam que eu viesse, mas tinha compromisso aqui. Sou meio duro na queda. Então, eu vim e fui bem tratado pelos médicos", disse.
Menos de 24 horas depois, no domingo, 5, ele voltou a receber tratamento médico. Antes de retornar ao hospital, Bolsonaro discursou aos apoiadores, durante um evento estadual do PL Mulher, com o braço enfaixado, e afirmou que havia sido internado, no Hospital Santa Júlia de Manaus, com erisipela e desidratação.
Não é a primeira vez que enfrenta o problema. Em 2022, Bolsonaro contraiu a mesma infecção, erisipela, após perder as eleições, tendo cancelado agendas em novembro daquele ano. À época, o então vice-presidente, Hamilton Mourão, disse que a doença impedia o então presidente de vestir calças.