Até um tempo atrás, escândalos envolvendo nomes do primeiro escalão eram casos isolados. Vez ou outra surgia uma denúncia aqui, outra ali. Desde que o jornal Folha de S.Paulo trouxe a compra de um apartamento pelo ex-ministro Antonio Palocci, que acabou por revelar o rápido enriquecimento do outrora homem forte da presidente Dilma Roussef, a saraivada de denúncias não para mais. É uma atrás da outra. Ninguém mais espera as revistas semanais. Tanto os jornais diários como os sites de notícias e as redes sociais trazem novidades a todo instante.
As duas dezenas de demissões no Ministério dos Transportes nem esfriaram e já há pesadas denúncias que envolvem as pastas de Cidades e também de Agricultura. Já há uma fila de figuras do primeiro escalão do governo prontas para dar depoimento a alguma comissão do Congresso Nacional. A Oposição nem termina de colher assinaturas para abrir uma CPI sobre determinado tema que já começa outra. Chega a impressionar. Enganou-se quem acreditava que a demissão de Palocci, no início de junho, iria dar tranquilidade a Dilma e garantir a governabilidade. Diferente disso, outro ministro – o dos Transportes – já caiu e outros estão na linha de tiro, correndo o risco de serem defenestrados da noite para o dia.
Não bastasse aqueles contra os quais pesam denúncias, para complicar ainda mais o clima no Planalto, de uma hora para outra o ministo da Defesa, Nelson Jobim, que está no cargo desde o ex-presidente Lula, decidiu colocar a boca no trombone e a falar o que pensa, jogando no ventilador críticas a outros colegas de Ministério.
Primeiro, ele declarou ter votado
Por essa e por outras, corre o risco do dia clarear e novos escândalos já estarem figurando nas manchetes dos jornais. A pergunta que não cala: até quando Dilma irá suportar sob tanta pressão e – como ela gosta de falar – malfeitos?