Com o acirramento da discussão sobre o aumento da violência política e casos de ataques a militantes e apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a Juiz de Fora (MG), cidade em que foi alvo de uma facada há quatro anos durante a campanha eleitoral de 2018. Na cidade mineira, Bolsonaro participou de um culto evangélico e voltou a relembrar o atentado que sofreu de Adélio Bispo.
"É uma coisa que a gente nunca espera acontecer conosco. Alguns perguntam pra mim: "Quem tentou te matar? Temos o assassino, três advogados com condições, temos palavras de alguns, um que tentou entrar na Câmara usando o nome do Adélio, entre tantas e tantas outras coisas. Eu não tenho ascendência sobre a Polícia Federal. Me acusando de interferir o tempo todo. Não acham nada", disse.
O presidente chegou à cidade mineira por volta das 9h e seguiu em motociata para um culto evangélico da 43ª Convenção Estadual das Assembleias de Deus. No trajeto, uma mulher que protestava contra o presidente foi retirada do ato ao se aproximar de Bolsonaro.
Após o encontro com religiosos, o presidente seguiu para a Santa Casa de Juiz de Fora, onde foi operado após ser esfaqueado quando cumpria agenda eleitoral, em 6 de setembro de 2018. O autor do ataque, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso em flagrante.
O presidente se emocionou ao relembrar o episódio e agradeceu aos médicos que participaram do atendimento logo após o atentado.
"O que eu mais pedia no período em que eu acordei (da facada) é que a minha filha não ficasse órfã", disse.
Bolsonaro foi esfaqueado quando cumpria agenda eleitoral em Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro de 2018. O autor do ataque, Adélio Bispo de Oliveira, foi preso em flagrante.
A Polícia Federal (PF) já concluiu que não houve um mandante para o crime e que Adélio agiu por conta própria. A Justiça considerou o autor do crime inimputável em razão de doença mental, enquanto o presidente insiste na narrativa de que foi alvo de um ataque político.
A facada voltou a ser citada pelo presidente após um militante petista ser morto por um policial penal bolsonarista em Foz do Iguaçu, no Paraná.
"Somos contra qualquer ato de violência. Eu já sofri um (ato) disso na pele. A gente espera que não aconteça, obviamente. Está polarizada a questão. Agora, o histórico de violência não é do meu lado. É do lado de lá", afirmou ontem no Palácio do Planalto.
O guarda municipal Marcelo Arruda foi assassinado por Jorge Guaranho, na noite de sábado, 9, quando comemorava 50 anos em uma festa decorada com imagens do ex-presidente Lula, em um clube de Foz do Iguaçu. Guaranho é bolsonarista e tem várias postagens em suas redes sociais de apoio ao presidente. Hoje, a Polícia Civil do Paraná imputou ao apoiador do presidente o crime de homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe e causar perigo comum – mas não foi mencionada qualquer motivação política.