Estadão

Quando não tenta se passar por drama, Todos Menos Você é boa comédia

A comédia romântica <i>Todos Menos Você</i> parece apontar para o retorno do gênero às salas de cinema, depois de um período em que parecia restrito ao streaming. Mas, para além da questão de mercado, essa história – inspirada na peça <i>Muito Barulho Por Nada</i>, de William Shakespeare, com direção e roteiro de Will Gluck – também tem seus méritos como filme, em especial pela boa química entre Glenn Powell (<i>Top Gun: Maverick</i>) e Sidney Sweeney (<i>Euphoria</i>).

Os dois estão realmente bem em cena. O espectador compra a ideia de que eles se detestam, em um primeiro momento, para depois começar a torcer para que eles deixem as diferenças de lado e se amem.

É claro que, nesse amor entre tapas e beijos, nunca há espaço para criar um drama humano e profundo, por mais que o diretor Gluck tente dar alguma profundidade à personagem de Sweeney, Bea.

O que funciona aqui é a comédia romântica pura e simples, com pessoas dentro dos padrões impostos de beleza viajando pela Austrália.

Dessa forma, <i>Todos Menos Você</i> fica na corda bamba muitas vezes. É bonitinho quando se propõe a mostrar o amor de idas e voltas, mas perde a noção em piadas que caberiam em <i>American Pie</i>.

Rende boas risadas quando faz graça da situação, mas perde toda sua força quando tenta encaixar um drama que não tem lugar ali.

É um filme para passar o tempo, do qual já sabemos o final desde a primeira cena – e que tem como mérito, acima de tudo, ajudar a resgatar esse gênero que estava se perdendo e que, agora, tem tudo para ser pop de novo.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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