Opinião

Quando políticos zombam da capacidade do eleitor


Que a CPI do Cachoeira é um circo armado no Congresso apenas para dar satisfação aos eleitores, mas que não deve chegar a lugar algum, já é do conhecimento de boa parte da população, principalmente daqueles que acompanham de perto o mesquinho jogo político que existe por trás de tantos interesses envolvidos, tanto da situação como da oposição. Mas há momentos em que a inteligência da população é tratada como lixo por alguns desses parlamentares que somente estão no Congresso Nacional para representar interesses mesquinhos.


O episódio que envolve o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) e o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB) retrata muito bem uma situação em que o brasileiro é tratado como retardado mental. Membo da CPI do Cachoeira, o parlamentar usou o celular para mandar uma mensagem ao governador onde dizia: “A relação com o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu (sic)”. Flagrada por uma câmera de televisão, a “inocente” mensagem ganhou a mídia, revelando como relações promíscuas entre políticos são mais comuns do que se possa imaginar.


A mensagem foi enviada durante a reunião da CPI que deixou de convocar, como já se esperava, governadores que – de alguma forma – aparentam ter alguma ligação seja com o esquema de Cachoeira, seja com a construtora Delta, envolvida diretamente com o caso. Desta forma, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), além do próprio Cabral, respiram aliviados graças a essas ligações escusas que existem no Congresso.


O parlamentar do PT, o mesmo que era o líder do partido até pouco tempo atrás, mas acabou afastado pela presidente Dilma devido sua fraca atuação em episódios importantes para o governo, revela – por meio da mensagem de celular – como está a serviço de interesses maiores. Aliás, ele só confirmou o que já se sabia. Que a CPI só foi formada para desviar o foco da atenção de outros problemas maiores que envolvem o país, em um ano eleitoral. É lamentável, porém real essa forma de levar os eleitores no bico.

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