Se alguém perguntar para você quanto vale o seu carro ou sua casa você saberá dizer, certo? Se não souber citar pelo menos um valor aproximado, basta consultar as tabelas de automóveis utilizadas pelo varejo do setor ou chamar um corretor de imóveis para fazer uma avaliação e chegar a números de mercado. E sua empresa, quanto vale? Se você fosse vender seu negócio hoje, quanto poderia pedir?
Para calcular o valor de uma empresa, o chamado valuation, é necessário ter a ajuda de um contabilista. Entre os diferentes métodos usados para o cálculo, podemos citar quatro: preço mínimo, preço médio, preço máximo e preço de mercado.
Pelo preço mínimo, leva-se em conta o valor patrimonial líquido – ativo menos passivo – informação encontrada no balanço patrimonial da empresa. Essa aferição favorece empreendimentos que têm muitos ativos imobilizados como imóveis, terrenos e máquinas.
Na apuração pelo preço médio, toma-se o lucro médio mensal, multiplica-se pelo tempo de retorno do investimento, geralmente de 24 meses. Também há a possibilidade de se multiplicar por 60 meses, dependendo do ciclo do negócio.
Na terceira opção, o preço máximo, pega-se a média do saldo do fluxo de caixa, multiplica-se pelo tempo de retorno do investimento (pelo menos 24 meses e no máximo 60 meses) e chega-se ao valor da empresa.
Por fim, podemos considerar o preço de mercado, conta que pode ser feita de dois modos. Em um, considera-se o faturamento bruto anual multiplicado por dois ou cinco anos; no outro, multiplica-se o faturamento médio mensal por dois ou cinco anos.
Nas aferições pelo lucro, fluxo de caixa e faturamento o resultado pode perder força se a empresa tiver registrado redução nas vendas ou estiver com muitas dívidas com bancos.
Esses métodos em que se aplicam os múltiplos são simplificações de cálculos mais complexos que projetam resultados futuros a partir de números do presente. Contudo, a ideia é descobrir a capacidade da empresa de gerar lucro.
Saber quanto vale seu empreendimento é como tirar uma espécie de raio X dela e ajuda a diagnosticar sua saúde financeira. Além do mais, sem essa informação, não é possível negociar com nenhum investidor ou, se for sua intenção, atrair algum comprador.
Bruno Caetano
diretor-superintendente do Sebrae-SP